AMI acompanhou 376 sem-abrigo em 2013 - TVI

AMI acompanhou 376 sem-abrigo em 2013

Pobreza [Reuters]

Equipas de rua que seguem sem-abrigo fazem parte dos projetos de apoio dos centros Porta Amiga das Olaias, em Lisboa, e de Gaia e Porto

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As Equipas de Rua da AMI acompanharam, no ano passado, 376 pessoas em situação de sem-abrigo, mais do dobro face ao ano do início da crise (2008) e mais de metade relativamente a 2012, revelam dados da organização.

Estas equipas fazem parte dos projetos de apoio aos sem-abrigo dos centros Porta Amiga das Olaias, em Lisboa, e de Gaia e Porto, e têm como objetivo melhorar a qualidade de vida desta população, «promovendo respostas integradas» em várias áreas.

Prestam apoio social e psicológico e ainda apoio médico e de enfermagem, serviços para os quais contam com a colaboração de técnicos contratados, profissionais voluntários e estagiários.

Segundo o Relatório de Atividades e Contas 2013 da Assistência Médica Internacional (AMI), foram atendidas pela primeira vez, no ano passado, 232 pessoas (90 na Equipa de Rua de Gaia e Porto e 142 na Equipa de Rua de Lisboa), representando um aumento de 112% em comparação com 2008 e de 55% em relação ao ano anterior.

A maioria dos beneficiários são homens (81%), portugueses (76%) e os escalões etários com maior peso situam-se entre os 40 e os 49 anos (32%) e entre os 30 e os 39 (24%).

Em relação ao emprego, 79% não tem qualquer atividade atualmente. Desta população, 24% já teve uma atividade profissional regular, apenas 34% trabalhou irregularmente e 3% nunca teve ocupação profissional.

Apenas 15% destas pessoas recebe apoio do Rendimento Social de Inserção (RSI), sendo os seus principais meios de subsistência o apoio de familiares e amigos (28%), a mendicidade (19%), os subsídios e apoios institucionais (7%) e a pensão ou reforma (6%).

Os motivos mais apontados para procuraram ajuda foram o desemprego (66%), a precariedade financeira (56%) e a falta de alojamento (36%).

Foram também referidos problemas familiares (25%), de alcoolismo (17%) e toxicodependência (11%).

As necessidades básicas «mais evidentes» foram a alimentação (74%), o vestuário (61%) e o alojamento (49%).

Os equipamentos sociais da AMI também registaram um aumento da procura por parte de pessoas sem-abrigo, tendo atendido 546 pessoas em 2013, mais 42 casos (8%) face a 2012.

O relatório faz também o balanço do apoio alimentar concedido em 2013, precisando que o serviço de refeitório foi frequentado por 2.425 pessoas, a maioria homens (57%),

Os equipamentos sociais e o serviço de apoio domiciliário serviram mais de 215 mil refeições, refere, observando que, desde 1997, já foram disponibilizadas 2.983.149 refeições.

Em 2013, a AMI distribuiu mais de 620 toneladas em géneros alimentares, menos cerca de 100 toneladas em relação a 2012, devido à «redução progressiva nos últimos anos» do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados.

No entanto, verificou-se um aumento tanto do número de famílias apoiadas, que passou de 7.934 em 2012 para 8.545 em 2013, sendo que o total de pessoas abrangidas por este programa passou de 23.260 em 2012 para 26.380 pessoas em 2013.
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