O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, considerou esta terça-feira «injusto e imoral» o aumento do fosso entre ricos e pobre em Portugal, segundo um estudo divulgado pela OCDE, noticia a agência Lusa.
Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) com maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos dos cidadãos, ao lado dos Estados Unidos e apenas atrás da Turquia e México.
No seu relatório «Crescimento e Desigualdades», a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da Espanha, França e Irlanda, e traduziram-se num aumento da pobreza infantil.
Em reacção a este estudo, o padre Lino Maia disse que «já havia a sensação que a situação se estava a agravar» em Portugal.
«Esta tendência tem de ser contrariada não por estar na cauda da OCDE, mas porque é uma situação injusta e imoral», justificou.
«Medidas correctivas»
Para o presidente da CNIS esta tendência só será contrariada «com medidas correctivas».
O padre Lino Maia considera que a medida mais importante a tomar é a adopção de uma «nova política salarial», que se traduza por uma maior percentagem de aumentos para quem ganha menos e menor para quem aufere salários superiores.
Defende também medidas «urgentes» de apoio às zonas mais deprimidas do país e uma «aposta clara» na educação, que não apenas na escolaridade.
É igualmente necessário promover o «empreendedorismo e uma intervenção clara no ambiente e nas condições em que muitos dos nossos concidadãos vivem», para alterar a situação de desigualdade no país, de acordo com o padre Lino Maia.
Fosso entre ricos e pobres «é uma situação injusta e imoral»
- Redação
- HB
- 21 out 2008, 10:13
Confederação de Instituições de Solidariedade reagiu assim ao relatório da OCDE que coloca Portugal entre os países onde há mais desigualdades
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