«Sopa da Noite» já serve dezenas no Porto - TVI

«Sopa da Noite» já serve dezenas no Porto

Projecto da Santa Casa prevê apoiar 150 pessoas

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O projecto «Sopa da Noite», promovido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, arrancou na noite da quarta-feira na «Casa da Rua» tendo servido cerca de três dezenas de sopas aos mais necessitados, refere a Lusa.

O projecto está previsto para apoiar 150 pessoas, com uma sopa, mas na primeira noite «teve a concorrência» de iniciativas móveis de distribuição de alimentos, que também decorrem no Porto.

«Tivemos pessoas que vieram antes da abertura do projecto dizendo que vão ser utentes do serviço mas hoje [quarta-feira], como ia haver a distribuição de géneros alimentícios, perto da Trindade, iriam recorrer a esse serviço», disse Sandra Arouca, directora da «Casa da Rua».

A «Casa da Rua» situa-se na Rua Duque de Loulé, na zona da Batalha, Porto, e desde 1999 que funciona como um centro de apoio para os sem-abrigo, proporcionando alojamento para 20 pessoas, 50 refeições completas, balneários e serviço de lavandaria.

A responsável revelou que o espaço tem sentido um aumento na procura de refeições, tendo mesmo «pessoas em lista de espera», e foi para colmatar essa falha que surgiu o projecto «Sopa da Noite».

Alberto, 41 anos, já frequenta aquele espaço há alguns anos e é na «Casa da Rua» que toma as refeições que o rendimento de inserção social não permite suportar.

Apesar da formação em «informática de hardware», depois de desempregado há vários anos, Alberto ainda não conseguiu voltar a encontrar emprego mas procura «nunca parar», fazendo voluntariado para «preencher o dia» e não se sentir «um inútil».

António Tavares, vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, que promove a iniciativa, explicou que a «Sopa da Noite» é o «primeiro projecto fixo do Porto» a funcionar «os sete dias da semana» entre as 21:00 e as 22:30.

As cerca de 150 pessoas que prevê sejam ajudadas, «são maioritariamente sem-abrigo e pessoas que neste momento não têm qualquer tipo de retaguarda familiar para uma simples sopa poderem comer», frisou.

Quanto ao perfil das pessoas que procuram este tipo de apoio, António Tavares disse que «há mais juventude, abaixo dos 45 anos de idade», destacando que «acima de tudo há uma espécie de pobreza envergonhada».

«Há uma classe média, média baixa que está com dificuldades, está a ser apanhada na primeira vaga de perda de emprego, com um conjunto de compromissos assumidos, e há sempre situações mais difíceis», sublinhou.
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