Já são conhecidas as medidas de coação dos detidos na Operação Rota do Cabo - TVI

Já são conhecidas as medidas de coação dos detidos na Operação Rota do Cabo

Dos 23 arguidos, apenas um fica em prisão preventiva

Já são conhecidas as medidas de coação dos detidos na Operação Rota do Cabo. Dos 23 arguidos, apenas o advogado Sabirali fica em prisão preventiva. Os restantes dois advogados, bem como a inspetora do SEF, os funcionários das Finanças e da Segurança Social e ainda os angariadores de estrangeiros ficam em liberdade, proibidos de contactarem entre eles e, em alguns casos, sujeitos a apresentações semanais no posto policial mais próximo e impedidos de frequentar as instalações da AT, SEF e ISS.

O juiz de instrução aplicou ainda a três dos arguidos a suspensão do exercício de funções. O tribunal justificou estas medidas de coação com o perigo de continuação da atividade criminosa.

A Operação Rota do Cabo aconteceu na terça-feira, com a Unidade Nacional de Contra Terrorismo da Polícia Judiciária a fazer dezenas de detenções. 

Segundo o Tribunal de Instrução Criminal (TIC), os 23 arguidos estão indiciados pelos crimes de auxílio à imigração ilegal, associação de auxílio à imigração ilegal, casamentos ou união de conveniência, falsificação de documentos qualificado, corrupção ativa e passiva, branqueamento, associação criminosa, inserção de dados falsos, falsidade informática, abuso de poder e acesso indevido.

Os arguidos foram ouvidos no TIC entre quarta-feira e esta sexta-feira.

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Mais de mil estrangeiros terão vindo para Portugal com a promessa de contratos de trabalho, feita pelos arguidos na operação. A maior parte tinha como origem o Paquistão e muitos acabavam depois em esquemas de exploração sexual ou laboral em países do espaço Schengen.

No processo de legalização, o imigrante precisava da emissão de um número de contribuinte e de Segurança Social. Para facilitar o processo de cada imigrante - em vez de meses, o processo durava apenas poucos dias -, os funcionários desses serviços do Estado eram corrompidos com quantias de cerca de 200 euros. Os valores pagos terão chegado aos 12 mil euros. 

Num comunicado divulgado na terça-feira, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) avançou que foram realizadas cerca de seis dezenas de buscas, 45 das quais domiciliárias, que decorreram em vários locais, incluindo organismos públicos e em três escritórios de advogados.

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