Notícia TVI: hacker da Altice novamente preso pela PJ - TVI

Notícia TVI: hacker da Altice novamente preso pela PJ

  • Henrique Machado
  • Atualizada com Lusa
  • 28 nov 2020, 15:54

Jovem de 19 anos foi novamente detido pela unidade de combate ao cibercrime da Polícia Judiciária, depois de um ataque informático ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil

Um jovem hacker português, de 19 anos, que se intitula de Zambrius e em abril passado atacou a EDP e a Altice, estava em prisão domiciliária por crimes no nosso país quando no último dia 15 lançou, a partir de casa, um ataque informático ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil. Acabou agora novamente detido pela unidade de combate ao cibercrime da Polícia Judiciária, sabe a TVI

Decorriam eleições municipais naquele país, atacadas pelo pirata informático português que entretanto conversou por e-mail com o jornal Estado de São Paulo. “Fiz tudo sozinho, por telemóvel. Estou sem computador. Se tivesse computador o ataque teria tido um impacto muito maior”, disse Zambrius, suspeito de ligações no Brasil a grupos radicais considerados bolsonaristas. São apelidados de “milícias digitais”, que procuram desacreditar as instituições do Estado. Zambrius, com cúmplices brasileiros, atacou o site do tribunal eleitoral, sem que com isso, no entanto, tivesse conseguido prejudicar o processo eleitoral. Diz ter agido por diversão, pelo desafio. 

É líder do grupo CyberTeam, que diz ter acesso a 80 por cento dos sites em Portugal. Já atacou a Presidência da República, a PGR, clubes de futebol e a Associação de Árbitros. Além da Altice e da EDP, crimes que lhe valeram a colocação em prisão domiciliária. Reincidiu agora, voltou a ser detido pela PJ e será presente a tribunal. No Brasil, foram detidos outros três hackers cúmplices de Zambrius.

Os detidos faziam parte de diferentes redes criminosas, agora afetadas por esta operação policial, e atuavam concertada e transnacionalmente, atacando funções de Estado, infraestruturas críticas e interesses económicos diversos", afirma a Polícia Judiciária.

Da cooperação entre as autoridades, foram apreendidos meios informáticos e recolhida informação pertinente.

A Polícia Judiciária prossegue as investigações para deteção e identificação de outros responsáveis nestas operações.

O detido português vai ser presente às autoridades judiciais para efeitos de primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medida de coação", conclui a polícia portuguesa.

Em comunicado, a Polícia Federal brasileira, por seu lado, confirmou a realização da ação, chamada Operação Exploit, "que teve como objetivo desarticular a associação criminosa que teria promovido os ataques hackers ao TSE", na primeira volta das autárquicas realizadas no Brasil.

Segundo as autoridades brasileiras, foram cumpridos no país três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contacto entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Além disso, em Portugal, são cumpridos um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão", acrescentou o comunicado.

Segundo a Polícia brasileira, o inquérito aponta que um grupo de 'hackers' brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE na primeira volta das autárquicas.

A Polícia Federal apura o acesso ilegal aos dados de servidores públicos divulgados no dia 15/11, além de outras atividades criminosas do grupo", diz o comunicado da força brasileira.

Os crimes investigados neste inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa.

A Polícia Federal do Brasil também frisou que durante as investigações "não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação".

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