O comandante da PM, André Gomes, disse ao tvi24.pt que foram detidas nove pessoas numa operação que envolveu cerca de 30 agentes.
Fonte do grupo contou ao tvi24.pt que a iniciativa começou esta quarta-feira, depois da concentração no Rossio em dia de greve geral, quando o grupo ocupou uma casa abandonada no centro da cidade sob o lema «A greve não pára aqui. Sopa grátis por tempo indeterminado».
O local escolhido, o número 94 da Rua de S. Lázaro, é património da Câmara Municipal de Lisboa. «É um edifício riquíssimo, com quatro vastos andares que estão totalmente desocupados quando há gente sem casa e associações que procuram um sítio para desenvolver as suas actividades», lamentou a mesma fonte do «Colectivo Matéria Bruta».
Casa dos grevistas from Antonio Maria Leal on Vimeo.
O objectivo dos «okupas» foi não só «continuar a greve», mas também «alertar para o escândalo da especulação imobiliária», que faz com que «milhares» de casas estejam abandonadas em Lisboa.
«A polícia entrou na casa sem mandado e rebentou a porta à força. No local já estão também algumas dezenas de pessoas em solidariedade com o grupo», acrescentou.
O comandante da Polícia Municipal de Lisboa explicou ao tvi24.pt que se tratou de uma «ocupação ilegal de um edifício municipal», pelo que era da sua competência intervir.
As nove pessoas detidas encontram-se no Comando da PM, na Praça de Espanha, onde serão identificadas e libertadas, caso a autarquia não apresente queixa. Se a queixa for apresentada, serão presentes a tribunal esta sexta-feira.
O «Colectivo Matéria Bruta» já tinha preparado um jantar para esta quinta-feira neste edifício e pretendia oferecer sopa a dezenas de pessoas. Agora, os membros do grupo estão a deslocar-se para a Praça de Espanha para fazer uma vigília pelos detidos.