Há uma preocupação comum entre a visita do Papa agora e em 2010 - TVI

Há uma preocupação comum entre a visita do Papa agora e em 2010

  • VC
  • 2 abr 2017, 10:08
Procissão do Adeus no Santuario de Fatima

À luz do que aconteceu com a visita de Bento XVI, em 2010, o na altura secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, deu conta daquilo que será mais importante controlar por parte das forças policiais

Tal como na última visita de um Sumo Pontífice a Portugal, o “controlo das multidões” é a principal questão para gerir pelas polícias portuguesas durante a visita do Papa a Fátima, em maio deste ano. É o que defende Mário Mendes, que desempenhou funções de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna em 2010, quando Bento XVI visitou Portugal.

Neste tipo de operações de segurança, a questão fundamental é o controlo das multidões, quer do ponto de vista da segurança em geral, quer da própria segurança das pessoas que integram as multidões".

Será importante “uma articulação muito grande entre as forças de segurança e as forças de socorro e de apoio”, nomeadamente INEM, Direção-Geral de Saúde e bombeiros, disse à Lusa.

Há necessidade de ter a postos qualquer tipo de assistência que seja necessária em acidentes que acontecem naturalmente neste tipo de grandes eventos".

Esta articulação foi feita em 2010, quando Bento XVI visitou Lisboa, Fátima e Porto.

O antigo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna sublinhou que o modelo de visita do papa Francisco a Fátima, 12 e 13 de maio, é diferente da que foi efetuada por Bento XVI, o que facilita a operação de segurança: “Em 2010, o modelo da visita foi diferente. Foi simultaneamente oficial, de chefe de Estado, e religiosa. A visita de maio é simplesmente apostólica, dirige-se especificamente à cerimónia religiosa, além de não visitar Lisboa e Porto, que foram preocupações acrescidas”.

Mário Mendes referiu que, além da segurança do santuário, as polícias vão ter como principal problema o “controlo de multidões”, que será um “trabalho quase de assistência psicológica e física às pessoas”.

No âmbito da operação de segurança, Mário Mendes destacou também “os aspetos ligados à segurança pessoal do papa”, que, tal como sucedeu na visita de 2010, tem que existir “uma articulação muito grande entre as forças de segurança e proteção pessoal portuguesas com os elementos da proteção pessoal do Vaticano".

Há um outro fator importantíssimo que é a recolha de informação, quer a que se coloca em termos das forças policiais, quer a que resulta da atividade dos serviços de segurança".

Em 2010, “havia uma sala de situação que controlava diariamente o tipo de informação que ia chegando e que pode levar a um aumento do grau de segurança”.

Na sala de situação, explicou, estão presentes elementos de todas as forças e serviços de segurança, além da emergência médica e proteção civil.

As fronteiras vão ser fechadas em maio, e isso não aconteceu em 2010, mas mesmo nessa altura houve um reforço da vigilância das entradas, nomeadamente nos comboios internacionais que se dirigiram para Portugal, aeroportos e controlo das zonas portuários.

“Este trabalho desenvolvido pelo SEF e GNR foi fundamental”, afirmou Mário Mendes, avançando que terá também que ser reforçado o controlo aeronáutico sobre o recinto e zona onde o papa se vai deslocar.

A 12 e 13 de maio, existirá no santuário de Fátima um grande dispositivo de segurança e também um sistema de videovigilância, que em 2010 já existia em Fátima, e que Mendes considerou um “posto de controlo que está permanentemente atento a tudo”.

O despacho governamental publicado em Diário da Republica, a 23 de janeiro, indica que o santuário do Fátima e a área envolvente vão dispor de um sistema de 11 câmaras de videovigilância para a prevenção de crimes e atos terroristas.

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