Onda de criminalidade: «Imigrantes são bodes expiatórios» - TVI

Onda de criminalidade: «Imigrantes são bodes expiatórios»

Criminalidade

«Atribuir o aumento da criminalidade aos imigrantes é um discurso simplista»

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As estruturas representativas das comunidades de imigrantes em Portugal condenaram esta segunda-feira «a forma sistemática e pouco rigorosa com que vem sendo imputado» aos estrangeiros um aumento da criminalidade no país.

«Atribuir a criminalidade e o seu aumento aos imigrantes é um discurso simplista e a questão não se resolve tentando arranjar bodes expiatórios», afirmou à agência Lusa o presidente da Plataforma das Estruturas Representativas das Comunidades Imigrantes em Portugal (PERCIP), Paulo Mendes, que divulgou um comunicado sobre esta questão.

Segundo a PERCIP, não existe nenhum dado que diga que a presença de imigrantes leva a um aumento da criminalidade, uma vez que os estudos concluem que os imigrantes apresentam uma menor propensão para a prática criminal do que os cidadãos nacionais.

O dirigente associativo Paulo Mendes, que também preside à Associação de Imigrantes dos Açores (AIPA), lamentou, ainda, que «basta um cidadão estrangeiro cometer um crime para logo se inferir que os imigrantes são os principais responsáveis pelo aumento da criminalidade».

«É um discurso muito fácil de produzir e que pensam resolver o problema», criticou Paulo Mendes, fazendo notar que os imigrantes representam cerca de cinco por cento da população residente e dez por cento da população activa em Portugal.

Para apelar «ao bom senso» na abordagem e apresentação de medidas integradas de combate à criminalidade, Paulo Mendes adiantou que a PERCIP vai enviar uma carta aos partidos políticos, Presidente da República, Primeiro-Ministro e Presidente da Assembleia da República.
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