Processos pendentes nos tribunais ainda superam os concluídos - TVI

Processos pendentes nos tribunais ainda superam os concluídos

  • VC
  • 11 jul 2017, 10:02
Justiça (iStockphoto)

Por cada 100 terminados no ano passado, 172 ficaram pendentes, segundo dados da Pordata

Por cada 100 processos findos em 2016 nos tribunais judiciais portugueses, 172 ficaram pendentes. Os dados estatísticos são da Pordata, que pelo sétimo ano consecutivo, faz o Retrato de Portugal 2017, a partir de 15 indicadores estatísticos da sociedade portuguesa desde 1960, e sempre que possível, até à atualidade. Esse retrato está publicado em e-book.

Esta situação em que os processos pendentes ainda são superiores aos que já estão concluídos verifica-se desde 1975 e atingiu o auge em 2010.

Na área da Justiça, os dados referem que o número de processos entrados nos tribunais judiciais fixou-se nos 594.116 em 2016, os findos em 767.889 e número de processo pendentes situou-se em 1.146.604.

Nesse ano, a “taxa de congestão” (processos pendentes em relação a processos findos) nos tribunais foi de 172%, enquanto em 1960 era de 66,4%.

A taxa de congestionamento nos tribunais atingiu o nível mais alto em 2010 (232%), tendo vindo a baixar desde esse ano, à exceção de 2014 (229%), adianta a publicação, divulgada no Dia Mundial da População.

A maior taxa de congestionamento verificou-se, em 2016, no Supremo Tribunal Administrativo (84,5%), seguido dos Tribunais da Relação (27,7%), Supremo Tribunal de Justiça (14,5%) e Tribunal de Contas (13,5%).

Relativamente aos magistrados judiciais, os números apontam que eram 1.761 em 2016, a maioria mulheres (59%), que correspondiam a 17 por cada 100 mil habitantes, mais 14 do que em 1960.

O Retrato de Portugal 2017 indica também que, dos 30.475 advogados a exercer em Portugal no ano passado, 54% eram mulheres. Havia  296 advogados por 100 mil habitantes, contra 22 em 1960, o maior número dos últimos 57 anos.

Segurança

Há um capítulo dedicado a esta área no livro digital da Podata. Ficamos a saber que, em 2016, havia 207 agentes da PSP por 100 mil habitantes (mais 11 do que 2004), num total de 21.360, e 222 militares da GNR (menos 12 face a 2004), num total de 22.964.

O livro digital mostra ainda que as cadeias portuguesas continuam sobrelotadas, com uma taxa de 109% em 2016, enquanto em 1960 era de 77,4%.

A maior taxa de sobreocupação dos estabelecimentos prisionais registou-se em 1996 (154,2%).

Os dados apontam ainda que do total das pessoas consideradas suspeitas de crime no ano passado, 66% foram condenadas, um número superior ao registado em 1990 (40%) e em 1960 (58,6%).

Em 2016, havia 13.779 reclusos nas cadeias portuguesas, dos quais 869 eram mulheres (6%), contra 10.991 em 1993 e 8.418 em 1960.

Gráficos ilustrativos

Em declarações à agência Lusa, a diretora da Pordata, Maria João Valente Rosa, adiantou que o Retrato de Portugal 2017 inclui cerca de cem gráficos organizados em 15 temas, desde a população, às condições de vida, educação, saúde, proteção social, justiça, macroeconomia, emprego, ciência e tecnologia, transportes.

São muitos temas que estão refletidos neste retrato e que tentam fazer um resumo, com base em indicadores da sociedade contemporânea portuguesa, do que somos, do que fazemos, como vivemos. É uma excelente base para aumentar o nosso conhecimento sobre a sociedade em que vivemos".

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