Cicciolina: a acendalha do Salão Erótico - TVI

Cicciolina: a acendalha do Salão Erótico

Antiga estrela de filmes para adultos falou com PDiário. Veja o vídeo

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Ilona Staller, mundialmente conhecida como Cicciolina, é a principal estrela da III edição do Salão Erótico de Lisboa, na FIL, desde hoje até domingo. Diz-se longe da pornografia, mas não consegue afastar-se do panteão iconográfico dos filmes para adultos. O PortugalDiário falou com ela.



Mas voltemos atrás. Um dia atrás. Viajemos até ao Cinema Paraíso, em Lisboa, um local onde a acção se passa quase sempre na tela. Quase sempre, porque ontem, na apresentação do maior festival para maiores de 18 anos em Portugal, alguns dos protagonistas dos filmes mais famosos para adultos sentaram-se na plateia.

Pouco depois das três da tarde, as cadeiras escarlates da sala - que se esgueira pela Rua do Loreto, consentindo um relance do Camões - aqueceram com dezenas de actrizes e actores de vários países, no pontapé de saída do evento.

No Palco, tiveram direito a assento nomes como Nacho Vidal, o homem que na mais conhecida base de dados cinematográficos na Internet (o IMDB) apresenta 245 títulos como actor e 47 como realizador. Pierre Woodman, pai da Woodman Entertainment, também marcou presença, sempre rodeado de beldades feéricas. Mas a estrela foi Cicciolina.

Um estrela reformada

Diz que já não faz pornografia desde 1989, mas até essa data não há quase nada que a transfiguração artística de Ilona Staller (uma húngara naturalizada italiana) não tenha ousado em frente às câmaras. Uma estranha combinação de beleza kitsch e de arrojo fizeram dela protagonista de dezenas de filmes.

Em conversa com o PortugalDiário, disse que «muita coisa» mudou desde a última vez que esteve em Portugal, em 1987, ano em que aliou uma carreira no auge com o cargo de deputada em Itália. «Fui mãe, trabalho como artista, mas já não estou na indústria pornográfica. Sou convidada para várias iniciativas e programas televisivos. Vendo o meu livro de fotografias na Internet», explicou, exibindo em seguida a sua biografia, lançada em Itália, em Maio. «É provável que seja traduzida e editada em Portugal».

«Adoptei uma menina»

Sobre a sua ligação à política, a estrela polar da constelação pornográfica disse que já não participa activamente, mas que continua sensível ao que se passa no mundo. «Adoptei à distância uma menina, de 11 anos, no norte do Uganda, e estou muito feliz por poder ajudar pessoas pobres. Estou também a ajudar economicamente a pesquisa para a cura da SIDA», sublinhou.

Uma receita para Bush

Outra faceta de Cicciolina, nome que adoptou num programa de rádio no final dos anos 70, é o humor. Nos anos 90, com o mundo de olhos postos no Iraque, a estrela porno ofereceu todo o seu corpo a Saddam Hussein, pedindo-lhe em troca a retirada do poder.

Este traço «diplomático» voltou a revelar-se no ano passado, quando endereçou uma mensagem semelhante a Bin Laden, com o objectivo de acabar com o terrorismo.

Ontem, Cicciolina brincou novamente. Sobre o primeiro, disse que «morreu de desgosto, porque não pôde dar o seu corpinho à Cicciolina». Já sobre o homem mais procurado do planeta, afirmou que «está desesperado, perdido no mundo, e a dizer: "Meu deus, não pensei"». Supõe-se nela.

Questionada sobre se estaria disposta ao «sacrifício» com o Presidente dos EUA, a antiga actriz sorriu. «Bush também está a pensar dar o seu corpinho».

Mas Cicciolina continua a ser muito mais do que aquilo que diz sobre si. Antes dos repórteres de imagem do PortugalDiário e da TVI lhe apontarem as câmaras, certificou-se, num perfeccionismo hollywoodesco, que tinha a luz adequada. Já sob a mira das objectivas, garantiu que lhe seria oferecido o plano perfeito.

No final, questionada se voltaria a tomar as mesmas decisões se pudesse voltar atrás, respondeu: «O meu passado é um livro aberto como este meu livro». E libertou-se de esta e todas as outras perguntas, trauteando Mrs. Robinson, de Simon e Garfunkel, (em som ambiente) ignorando candidamente os repórteres.
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