Salão Erótico: tabus ficam à porta - TVI

Salão Erótico: tabus ficam à porta

«Venham, tragam os vossos pais». Veja o vídeo do evento

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Alerta-se os leitores mais sensíveis para algumas imagens mais "ousadas" da reportagem em vídeo e da galeria de fotos

Até domingo, o Pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa é o centro português das pulsões humanas mais básicas. Sem tabus ou inibições, com cor, música e muita pele à mostra. É assim a III Feira Internacional Erótica de Lisboa.

Ao todo, o espaço acolhe 42 expositores. Toda a gente com mais de 18 anos pode entrar. Só os tabus e os preconceitos são travados nos torniquetes, que giram a troco de 20 euros. Mas sem que nenhum dos visitantes entrevistados pelo PortugalDiário se tenha queixado do preço.

«Venham, tragam os vossos pais. É como uma exposição de barcos e pranchas, mas sem barcos nem pranchas», exortou Gimba, o músico transfigurado em porta-voz do evento, durante a conferência de apresentação, na quinta-feira.

Uma experiência «real»

Manuel, 62 anos, e Inácia, 56, um casal algarvio, de Loulé, não foi ao salão pela mão da filha, mas seguiu o seu conselho. «Ela veio no ano passado e diz que gostou», contou Manuel, com o assentimento da esposa, confidenciando em seguida: «Já vi filmes pornográficos que tenho em casa. Por vezes a minha mulher dizia-me que aquilo era tudo montagem, agora fiquei com a impressão que é mais à base da realidade».

Inácia garantiu que sim, depois de ter assistido a uma demonstração da rodagem de uma sessão cinematográfica, para maiores de 18, no Estúdio X, e que resultará numa película no final do evento.

Para quem não se contentar em ficar atrás das câmaras, o expositor das Ninfas Maníacas tem fichas de inscrição para toda a gente que queira candidatar-se a um lugar na «produção pornográfica de qualidade portuguesa» que pretendem realizar.

Vai uma troca?

Maior parte dos visitantes são do sexo masculino. Mas desengane-se quem pense que o salão é para só para homens solitários. Há um expositor dedicado, em exclusivo, às mulheres e outro apenas para casais mais arrojados.

«No espaço swing pode trocar-se de parceiro», explicou Pepe, um espanhol que zela pela sala cheia de sofás encarnados, descrevendo o cenário quando o oxigénio se torna mais rarefeito no local: «Animam-se num ambiente liberal fantástico, sem qualquer tipo de problema. Não há limites».

Coreografia dos telemóveis

Parece quase uma coreografia, alargada por todo o salão. Elas despem-se, eles estendem os telemóveis. Se esta reportagem tivesse espaço para declarações de pensamento, maior parte dos participantes faria, provavelmente, questão de mencionar um agradecimento à tecnologia.

Não há um minuto de descanso. Ora de um lado ora de outro, há permanentes exibições de pele, onde as definições de «intimidade» e «exposição» se baralham. E o pouco que se esconde espreita sempre por entre uma tatuagem ou um piercing.

O espanto afectou até Roldán González, um dos elementos da banda cubana Orishas, com quem o PortugalDiário falou (ver vídeo), e que está por Lisboa a promover o seu novo trabalho. «Em Cuba não há nada assim».
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