O sonho de Nasser Al-Khelaifi volta a estar à distância de três jogos depois do Paris Saint-Germain voltar a garantir a qualificação para a meia-final, apesar da derrota diante do Bayern Munique (0-1), em Paris, que deixa o detentor do título fora da corrida. Mais um grande espetáculo de futebol, com a equipa bávara a deixar tudo em campo na tentativa de inverter a eliminatória e a equipa francesa a responder com duas bolas nos ferros e mais uma mão cheia de oportunidades.
Ao primeiro apito de Daniele Orsato, o Bayern meteu a bola na frente, o PSG recuperou e Kimmich entrou com tudo sobre Paredes. O primeiro lance do jogo deixava bem clara a intenção do Bayern em recuperar rápido do desaire sofrido em casa na primeira mão. A equipa bávara entrou ao ataque diante de um PSG na expetativa, mas bem preparado para o que aí vinha. A verdade é que a equipa de Hans Flick precisava de um golo para reentrar na eliminatória, mas encontrou pela frente um adversário extremamente organizado em termos defensivos, com Danilo Pereira a jogar a central no lugar do lesionado Marquinhos.
O Bayern pressionava a toda a largura do terreno, com Kimmich e Alaba juntos no miolo, Sané e Coman bem aberto sobre as alas e Müller nas costas de Choupo-Moting. O PSG defendia com uma linha de quatro reforçado ao centro por Paredes e Gueye, mas depois tinha Di Maria, Mbappé e Neymar preparados para arrancar, sempre que houvesse bola e espaço para correr. Os primeiros minutos foram superintensos, com o Bayern a pressionar alto e a procurar prender o adversário junto à área de Navas.
O PSG aceitou bem o desafio, procurando, numa primeira fase, suster o previsível ímpeto dos alemães, mas, à medida que se foi sentindo confortável no jogo, foi ensaiando os primeiros contra-golpes. Sané e Kimmich, face à falta de espaço, ensaiaram remates de média distância, mas a primeira verdadeira grande oportunidade, foi do PSG. Mbappé fugiu a toda a gente em velocidade, invadiu a área e, sem olhar, serviu Neymar que, com tudo para fazer golo, acabou por ser surpreendido pela saída arrojada de Neuer que anulou o lance.
O jogo começava a ficar frenético, agora com o PSG a procurar explorar o muito espaço que o Bayern deixava nas suas costas. Em mais uma transição rápida, Neymar entrou na área p+ela esquerda, driblou Lucas Hernández e atirou puxado para o primeiro poste para mais uma grande defesa de Neuer. Sem tempo para respirar, Neymar recuperou uma bola, na sequência de um canto, tira Sané da frente e remata colocado à trave. Mais dois minutos e mais uma fuga de Mbappé, com grande passe para Neymar atirar ao poste.
O jogo estava mais do que frenético, com o Bayern a manter uma pressão elevada e o PSG com oportunidades atrás de oportunidades para «matar» a eliminatória. No entanto, depois de duas bolas nos ferros do PSG, foi o Bayern que chegou ao golo que tornou a eliminatória ainda mais excitante. Um lance com alguma felicidade, com Coman a cruzar da esquerda, Kimmich a amparar para o remate de Alaba. Navas ainda defendeu, mas Choupo-Moting, que já tinha marcado em Munique, não desperdiçou a recarga.
Foram praticamente dez minutos sem respirar até ao golo do Bayern que deixava a eliminatória empatada 3-3, mas ainda com vantagem para a equipa parisiense, graças aos golos marcados fora. Até ao intervalo, Mbappé teve mais uma oportunidade, mas a última palavra foi de Alaba a obrigar Navas a mais uma grande defesa.
Mais emoção e as últimas cartadas
Uma primeira parte de ver e chorar por mais, mas a segunda manteve o nível elevado. O Bayern voltou a entrar forte, mas a primeira grande oportunidade foi do PSG, com Di María, apagado no primeiro tempo, a entrar no jogo com um lance cheio de magia, com um passe para Neymar encostar, já com Neuer fora do lance, mas o brasileiro, em carrinho, não conseguiu fazer o que parecia mais fácil.
Mas era o Bayern que voltava a mandar no jogo, a carregar por todos os lados, como se já jogasse em tempo de compensação. Hans Flick ainda esperou uns minutos e depois lançou o prodígio Musiala para a contenda em detrimento de Alphonso Davies (Alaba passou a fechar o corredor). Pochettino respondeu com Moise Kean, com uma clara mensagem para dentro de campo: era altura para esticar o jogo e não encolher à espera do Bayern. O jogo seguiu intenso, com o Bayern com mais bola, mas com o PSG sempre à espreita de uma resposta, como aquela de Mbappé, aos 78 minutos, que acabou com a bola nas redes de Neuer, mas o francês estava ligeiramente adiantado.
A pressão foi crescendo à medida que os minutos corriam para o final e Hans Flick lançou ainda um «joker», abdicando de Choupo-Moting para lançar Javi Martínez como ponta de lança. O Bayern arriscou tudo até ao último instante, mas a festa foi mesmo dos parisienses que, agora, vão aguardar pelo desfecho da eliminatória entre os Borussia Dortmund e o Manchester City.
Momento logo após o duelo entre Chelsea e FC Porto ter terminado. IMAGENS ELEVEN SPORTS
A revelação de Sérgio Conceição na flash interview após o Chelsea-FC Porto, referindo-se a Thomas Tuchel
Árbitro mandou jogar. IMAGENS ELEVEN SPORTS
Já nos instantes finais do PSG-Bayern. IMAGENS ELEVEN SPORTS
Sérgio Oliveira, jogador do FC Porto, em declarações na flash interview da TVI24, após a vitória frente ao Chelsea, ainda assim, insuficiente para seguir para as meias-finais da Liga dos Campeões:
«É frustrante e triste, mas é o futebol. Temos de estar orgulhosos do nosso trajeto. Mesmo nesta eliminatória, tivemos muitos momentos em fomos superiores ao Chelsea. Fomos penalizados com duas faltas de atenção, mas faz parte do futebol. Foram erros da equipa e não individuais. Terminou a Champions, agora temos o campeonato que é o nosso principal objetivo.
Com a vantagem de dois golos, acho que o Chelsea veio gerir a vantagem. Quis acalmar a nossa pressão alta e a nossa intensidade. Houve momentos em que implementámos a nossa intensidade, em outros não. Se estivéssemos com dois golos de vantagem, acho que faríamos o mesmo. Temos de estar orgulhosos do nosso percurso volto a frisar.
Tínhamos dois golos de desvantagem. Infelizmente marcámos na parte final. O objetivo era marcar o primeiro golo o mais rápido possível, infelizmente não conseguimos.»