O homem acusado de matar o namorado à facada no Porto foi condenado a 18 anos de prisão esta quinta-feira pelo Tribunal São João Novo.
Além disso, o arguido foi condenado ao pagamento de uma indemnização de 185 mil euros aos pais da vítima. Os pais reclamavam uma indemnização de 182.755 euros.
A presidente do coletivo de juízes referiu durante a leitura do acórdão que os factos foram dados como provados, os depoimentos foram convergentes e que, por esse motivo, o tribunal não teve dúvidas.
O arguido estava acusado por homicídio qualificado, punível com pena de cadeia entre 12 e 25 anos, nos termos do artigo 132.º do Código Penal, encontrando-se atualmente preso preventivamente à ordem do processo.
O caso remonta a julho do ano passado.
Um despacho de acusação do DIAP do Porto concluiu que a vítima, um estudante de 20 anos, foi encontrada morta no centro daquela cidade, na madrugada de 18 de julho de 2018, depois de ser esfaqueada por ciúmes, atribuindo o crime ao seu ex-namorado, de 29.
Ainda segundo o despacho do DIAP, o arguido, agora condenado, agrediu um amigo comum por suspeitar que os dois teriam um envolvimento amoroso, horas antes do homicídio e durante uma deslocação a um bar do Porto, às primeiras horas de 18 de julho.
Já em casa da vítima, na Rua de Fernandes Tomás, quando seria suposto que tudo estivesse mais calmo, arguido e vítima envolveram-se em discussão.
A vítima foi encontrada sem vida, já alta madrugada, eram 05:30, em plena faixa de rodagem da Rua de Fernandes Tomás. Por essa hora, o arguido estava já noutro local central do Porto, a Avenida dos Aliados, com amigos comuns, a quem "deu a entender" que o ex-namorado o tentara agredir à facada, mas ocultando o crime que praticara.
O inspetor da Polícia Judiciária (PJ) que liderou a investigação, Joaquim Gomes, disse em tribunal que encontrou em casa da vítima "sinais" de violência.
Luta pode não ter havido, pode ter sido uma agressão", afirmou.
O inspetor da PJ acrescentou que no corredor encontrou "manchas hepáticas" correspondentes à vítima, enquanto a faca estava no primeiro patamar do lanço de escadas.
Já a irmã da vítima, Daniela Ribeiro, disse que sabia existir uma relação amorosa entre a vítima e o arguido, desde o tempo em que os dois estudavam em Viseu.
Ambos foram para o Porto e continuaram a viver juntos, acabando por separar-se.
Houve uma rutura", disse Daniela Ribeiro, afirmando que a relação era "tóxica" porque o namorado era uma pessoa "obcecada" e "controladora".