Homicídio: PJ «não está a dormir» - TVI

Homicídio: PJ «não está a dormir»

  • Portugal Diário
  • 4 nov 2007, 12:11

Dois meses depois da morte de Aurélio Palha, irmão continua a saber «nada», mas confia na polícia

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A família de Aurélio Palha, o empresário da noite do Porto assassinado há dois meses, deposita um voto de confiança na Polícia Judiciária, que ainda não deu nota oficial de quaisquer progressos na investigação.

O irmão Raul assegura que continua a saber «nada» sobre o assassinato de Aurélio, mas acha que a polícia «não está a dormir». «Temos que acreditar nela. Vamos confiar e esperar», disse à Lusa.

Quanto à afluência à «Chic» e a outros estabelecimentos de animação da família, Raul Palha afiança que cresceu «alguma coisa, talvez por solidariedade, talvez porque o policiamento de visibilidade nas zonas de animação nocturna é agora maior».

Aurélio Palha foi abatido a tiro, na madrugada de 27 de Agosto, a partir de uma viatura em andamento quando conversava com um segurança junto à sua discoteca.

Logo após o homicídio, o responsável da PJ/Porto, Vítor Guimarães, disse que «ainda não é líquido» que o crime esteja relacionado com as guerras no mundo da noite, mas não afastou essa possibilidade.

Outra fonte oficial da PJ/Porto admitia, pouco depois, estar ainda por determinar se os tiros que atingiram Aurélio Palha eram dirigidos ao empresário, ao segurança que o acompanhava, e escapou ileso, ou até aos dois.

A eventual correlação entre o assassinato de Aurélio Palha e outros crimes na noite do Porto, nomeadamente a morte, a 13 de Julho, de Nuno Gaiato, segurança da discoteca River Caffé, é uma das linhas da investigação.

Mas, quanto a certezas, «estamos a zero», lamenta o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), considerando que essa falta de respostas da Polícia Judiciária «começa a ser preocupante».

António Fonseca admite um ligeiro decréscimo de afluência aos estabelecimentos nocturnos do Porto e afirma que essa perda de clientes está associada, em parte, a receios de uma nova e inesperada vaga de violência na noite.

«Assistimos a uma espécie de silêncio de morte. A noite está calma demais e os ajustes de contas podem acontecer quando menos se espera e não se sabe bem onde», avisa o presidente da ABZHP, que partilha a tese de que os homicídios recentes se relacionam com guerras entre grupos de seguranças ilegais.

O porta-voz saúda, contudo, a PSP por ter mantido ao longo destes dois meses o policiamento de visibilidade que intensificou após a morte de Aurélio Palha. Mas pede mais: «É importante que se aposte na videovigilância na via pública, em zonas comerciais e de animação nocturna».



Agostinho Pinto, dirigente regional da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), afirma que a polícia só não faz mais «porque a manta é curta», ou seja, porque os efectivos são poucos para as exigências decorrentes de uma criminalidade mais intensa e violenta.
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