Não percebo “como Portugal vive tranquilamente sem videovigilância” - TVI

Não percebo “como Portugal vive tranquilamente sem videovigilância”

Rui Moreira (JOSÉ COELHO/LUSA)

Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considera que "imagens em tempo real" são essenciais. Defendeu ainda que a cidade do Porto está "muito longe" de "esgotar" o seu potencial turístico

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse hoje não perceber como é que Portugal “vive tranquilamente sem ter videovigilância", numa intervenção em que também afirmou que a cidade está "muito longe" de "esgotar" o seu potencial turístico.

O autarca, que falava no Fórum Internacional do Turismo que hoje decorre em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, defendeu que em situações de incêndio, atos terroristas ou, entre outras situações, a queda de um avião, "é importante que existam imagens em tempo real".

Sublinhando o exemplo concreto da maratona de Boston, Estados Unidos - onde “se não tivesse sido a videovigilância, nunca tinham sido detidos os responsáveis pelas bombas - Rui Moreira disse não perceber “como é que Portugal vive tranquilamente sem ter videovigilância”.

Não consigo compreender como é que existe uma comissão que não permite a videovigilância. Considero isso um atentado aos nossos direitos, liberdades e garantias, ao contrário do que eles dizem", declarou.

Integrando o painel "A experiência turística em Portugal - Como manter a autenticidade", o presidente da câmara do Porto também frisou que o esvaziamento da cidade do Porto não se deve ao turismo e lembrou, quando avaliava o equilíbrio entre turistas e residentes, as "políticas ativas" da autarquia que passam por adquirir casas, reabilita-las e coloca-las no mercado a custos controlados.

"A cidade do Porto tem menos de dois milhões de turistas por ano. Com certeza que estamos muito longe ainda de termos esgotado aquilo que alguns já disseram que é a galinha dos ovos de ouro. Ainda não é a galinha dos ovos de ouro. Temos muito por onde crescer e temos de explicar à população quantos empregos são criados com o turismo, empregos não qualificados que não conseguiríamos criar em nenhuma outra atividade que não o turismo", disse o autarca.

No mesmo painel participou o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, segundo o qual 2016 foi um ano "recorde" com mais de 19 milhões de hóspedes. Mas o responsável frisou que "há margem para crescer em vários setores e vários mercados".

Luís Araújo também considerou como positivo o facto de existirem mais turistas nos centros históricos portugueses, o que é, para o responsável, também sinónimo de mais segurança.

"Temos de saber fazer com que a riqueza do turismo ou que chega graças ao turismo seja distribuída o mais possível pelo país", defendeu Luís Araújo.

Ao lado, Luís Lopes, assessor para Assuntos Económicos, Empresas e Inovação do Presidente da República, falou em "necessidade de ultrapassar uma visão bairrista, de capelinha" e defendeu o "trabalho em rede".

Participaram ainda o secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, Economia, Turismo e Cultura da Madeira, e a secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores, Marta Guerreiro, tendo o responsável madeirense destacado que "defraudar a expectativa de um visitante é hipotecar um destino turístico", enquanto a responsável açoriana apontou que o arquipélago "quer e aposta em turismo de qualidade e não turismo de massas".

O Fórum Internacional do Turismo, que se realiza há 12 edições, é organizado pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT).

O programa inclui debates e conferências, a apresentação e discussão de um estudo sobre a perceção dos turistas na visita a Portugal e o lançamento do Anuário de Tendências - Turismo'17, entre outras iniciativas.

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