Já foram identificadas todas as 12 vítimas mortais do acidente perto de Lyon, em França. Eram naturais dos concelhos de Cinfães, Sernancelhe, Oliveira de Azeméis, Pombal, Castelo de Paiva, Arouca e Trancoso.
As autoridades francesas concluíram então a identificação dos 12 emigrantes portugueses que morreram quinta-feira à noite, com idades entre os sete e os 63 anos:
- uma família (casal e filha) de Espanadeiro, em Cinfães: Angelina Silva tinha 28 anos, Jorge Pinto Cardoso tinha 39 e a filha, Marta Cardoso, apenas sete anos;
- um homem de 34 anos e uma adolescente de 17, naturais de Travanca;
- um casal e um cunhado de Arnes, Sernancelhe;
- dois homens de Oliveira de Azeméis, Fajões;
- um homem de Arouca, natural da freguesia de Escariz;
- um homem de Castelo de Paiva.
Quase todos viviam do ramo da construção civil, na Suíça.
Segundo apurou a enviada especial da TVI a França, Inês Pereira, grande parte das famílias das vítimas já esteve no Centro Hospitalar de Moulins e identificar os corpos. Entretanto, já regressaram à Suíça, onde vivem.
A expectativa é que só na terça-feira, depois da Páscoa, se proceda aos trâmites legais para depois realizar os funerais das vítimas, sendo que o Estado português se disponibilizou para fretar um avião para transportar os corpos para Portugal. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os primeiros-ministros português, António Costa, e francês, Manuel Valls, já expressaram condolências às famílias das vítimas.
O padre que acompanha a comunidade portuguesa em Lyon deslocou-se até à morgue onde ainda se encontram os corpos e o condutor hospitalizado, para um momento de oração e, também, para dar apoio aos familiares. A polícia suíça tem estado a contactar as famílias.
Como aconteceu o acidente
O acidente fatal resultou de um choque frontal entre a carrinha em que seguiam e um veículo pesado, pelas 23:45 de quinta-feira, na estrada nacional 79, perto de Lyon, na localidade de Moulins, conhecida como a "estrada da morte".
O único sobrevivente dos 13 passageiros da carrinha é o condutor, um jovem de 19 anos, também português, de Carapito, em Aguiar da Beira. Foi hospitalizado e encontra-se em estado de choque, pelo que ainda não é possível saber mais pormenores sobre o acidente.
A carrinha vinha sobrelotada e o procurador público de Moulins, Pierre Gagnoud, anunciou que as autoridades vão averiguar se o veículo, com capacidade até seis passageiros, tinha condições para transportar 13 pessoas no total.
Esta forma de transporte é considerada uma tradição entre portugueses na Suíça que, para uma viagem de mais de 2.000 quilómetros corriam o risco para ficar mais barata, cerca de 350 euros, isto é, metade do preço das passagens aéreas.
Já os condutores do camião são italianos e sobreviveram à tragédia.