Mais de 100 animais em "situação crítica" retirados de exploração - TVI

Mais de 100 animais em "situação crítica" retirados de exploração

Gado morre à fome em Póvoa de Lanhoso

Animais encontravam-se numa exploração agropecuária na Póvoa de Lanhoso, que estava sob sequestro do Ministério

O Ministério da Agricultura concluiu, nesta quarta-feira, a operação de recolha de mais de uma centena de animais que se encontravam em “situação crítica” numa exploração agropecuária na Póvoa de Lanhoso, no distrito de Braga.

Em comunicado, o ministério tutelado por Capoulas Santos afirma que a operação ocorreu esta manhã e envolveu mais de 60 pessoas, entre técnicos da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, de organizações de produtores pecuários e de outras associações e militares da GNR.

“No total foram recolhidos nove ovinos, um suíno, 78 bovinos e 28 cavalos. Os bovinos foram localizados em lugares diferentes daqueles que o proprietário tinha indicado aquando das visitas das equipas da DGAV e foi registada a condição física altamente debilitada dos animais. Foram também encontrados dois cães, que foram transportados para o canil intermunicipal”, descreve o ministério.

Os restantes animais foram transportados para instalações da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, onde a sua rastreabilidade, propriedade, estatuto sanitário e necessidades particulares “estão a ser avaliados caso a caso”.

Em causa está uma exploração com cerca de 100 animais, entre vacas e cavalos, cujo dono anunciou no início do ano que não dispunha de meios para os alimentar, adiantando mesmo que alguns morreram à fome.

Segundo o ministério, existe um “longo historial” de incumprimento das normas legais relativas ao bem-estar animal, identificação e circulação animal e também à sanidade animal.

O ministério sublinhou que aquele incumprimento representa “um grave perigo” para a saúde animal e para a saúde pública, colocando também em causa o bem-estar dos animais e acrescentou que o proprietário já terá sido alvo de meia centena de contraordenações.

A exploração estava sob sequestro desde 2003, depois de a Direção-Geral de Veterinária ter identificado brucelose em alguns animais.

Segundo o Ministério da Agricultura, ao longo dos anos foram feitas “várias diligências” no sentido de resolver as diferentes situações com os detentores dos animais, sem que tenha sido conseguida qualquer atitude razoável de colaboração”.

Sob sequestro, uma exploração está impedida de comercializar os animais, também não recebendo os apoios do Estado.
Continue a ler esta notícia