Como conta o Jornal de Notícias, a confusão terá acontecido em 2008, oito anos após os enterros, quando as sepulturas foram abertas para transladação das ossadas. Como os cadáveres ainda estavam em decomposição, o processo foi adiado, e terá sido na reposição dos restos mortais que as placas de identificação foram trocadas.
O erro só foi descoberto na semana passada quando uma mulher, Betina Silva, se deslocou ao cemitério para fazer o levantamento das ossadas da mãe. Foi preciso abrir quatro sepulturas até que finalmente encontrasse os restos mortais correspondentes.
A primeira, marcada como a sepultura da mãe de Betina, estava vazia. A segunda continha apenas uns sapatos e meias de homem e a terceira tinha um caixão que não podia ser o da mulher. Só à quarta tentativa – que aconteceu horas depois, devido à chegada de um funeral – Betina encontrou as ossadas da mãe.
Mas a confusão gerou um caso mais grave. Aquando da abertura da terceira sepultura, por o caixão ser de zinco, o coveiro perguntou a Betina se a sua mãe tinha morrido no estrangeiro. A mulher lembrou-se da pergunta mais tarde e logo desconfiou que pudesse ser o da filha da sua amiga Maria José, que morrera na mesma altura, em Espanha. Porém, supostamente, Maria José já tinha cremado as ossadas da filha.
Alguns dias depois, Betina decidiu contactar a amiga, que não queria acreditar no que estava a ouvir. As suspeitas acabaram por se confirmar: a urna da filha continuava no cemitério, e as ossadas cremadas pertenciam a um homem. Furiosa com o erro, e pelos anos a visitar uma campa que não era a da sua filha, Maria José prometeu:
“Vou processá-los”, disse ao JN.