Na sessão solene comemorativa do Dia da Cidade, Manuel Machado, que deu especial enfoque à Águas do Centro Litoral, que resulta da fusão dos sistemas multimunicipais de Águas do Mondego, do Lis e da Ria de Aveiro, considerou que a constituição desta sociedade vai "encarecer brutalmente" a fatura da água, não avançando com os valores previstos desse aumento.
O autarca socialista, que já anunciou duas providências cautelares (no Tribunal do Comércio e no Supremo Administrativo) contra a fusão, voltou a afirmar que a constituição da Águas do Centro Litoral é "iníqua e ilegal", frisando que esta nova empresa "arranca em situação de pré-falência".
Os cidadãos de Coimbra "vão sofrer um duro programa de ajustamento, no que diz respeito à qualidade e ao custo da sua água e do seu saneamento básico", sublinhou, apontando para a fusão como um ataque aos concelhos e munícipes "que honraram sempre os seus compromissos".
Durante o discurso, Manuel Machado, que também é presidente da Associação Nacional de Municípios, salientou que a aplicação dos fundos europeus inscritos no Portugal 2020 "têm que ter em conta as realidades e necessidades das comunidades locais".
Essa atenção para com os municípios deve ser feita respeitando "a autonomia autárquica e não resultar de diretórios que apenas têm em conta os interesses da administração central", referiu.
O presidente da Câmara abordou também a importância da ligação da cidade à universidade, a classificação da Alta, Rua da Sofia e Universidade de Coimbra como Património Mundial, e realçou o "enorme desafio" que a rentabilização do Convento de São Francisco apresenta.
"O Convento de São Francisco terá de ser o epicentro de uma mobilização de todos os setores económicos e instituições da cidade", defendeu.
Durante a cerimónia, que contou com a entrega da Medalha de Ouro da Cidade à Universidade de Coimbra e o prémio municipal Edmundo Bettencourt a António Dinis, discursaram também os representantes dos grupos políticos da Assembleia Municipal.