Famílias impedidas de entrar em casa à espera de relatório da Proteção Civil - TVI

Famílias impedidas de entrar em casa à espera de relatório da Proteção Civil

O prédio foi alvo de uma inspeção da Proteção Civil municipal, depois do alerta de um morador para uma pedra que caiu, e 10 famílias tiveram de ser retiradas. Quatro delas, que moram no rés-do-chão, já puderam regressar entretanto.

Seis famílias estão há 17 dias à espera do relatório da Proteção Civil municipal de Lisboa sobre o número 33 da Rua Possidónio da Silva, no qual estão impedidas de entrar por risco de derrocada dos acessos às habitações.

O caso teve início a 27 de novembro, quando o prédio foi alvo de uma inspeção da Proteção Civil municipal, depois do alerta de um morador para uma pedra que caiu, e 10 famílias tiveram de ser retiradas. Quatro delas, que moram no rés-do-chão, já puderam regressar entretanto.

À Lusa, alguns moradores hoje presentes no pátio do edifício relataram que no último domingo de novembro a Proteção Civil de Lisboa, acompanhada dos bombeiros, explicou que tinham de sair do prédio por risco de este ruir.

O que está em causa é o acesso às habitações, as escadas para o piso superior e as varandas que estão em risco de derrocada”, explicou à Lusa Carla Santos, uma das inquilinas, que vive no edifício há três anos com três filhos e a mãe, de 78 anos, moradora há mais de 20 no local.

No entanto, Carla Santos referiu que desde aquele dia que pede o relatório da Proteção Civil e até hoje ainda não o obteve. Teve uma autorização de meia hora no dia seguinte para ir buscar alguns dos seus pertences, mas a maior parte das suas coisas continua em casa, só tirou as dos filhos.

Para o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luis Newton, presente hoje no local para denunciar a situação da não entrega do relatório respeitante aos processos inspetivos, não faz sentido que “15 dias depois se continue sem relatório da Proteção Civil e as pessoas permaneçam com as vidas suspensas”.

A inexistência do relatório da Proteção Civil impede que as pessoas possam, em primeiro lugar, saber quanto tempo é que estão impossibilitadas de regressar às suas casas, se podem ou não reorganizar temporariamente as suas vidas”, adiantou à Lusa.

Segundo o autarca, também os proprietários não sabem que intervenções são necessárias fazer no edifício, pois não possuem igualmente o relatório.

Luis Newton indicou que as famílias envolvidas estão impossibilitadas de “aceder a um conjunto de mecanismos de apoio do Estado montados para este período de desalojamento”, nomeadamente apoios da Santa Casa da Misericórdia e da própria Câmara Municipal, por ainda não haver o relatório, que habitualmente costuma estar pronto “em um dia ou dois no máximo”.

Cátia Cunha, também moradora no prédio há três anos, juntamente com três filhos menores, ameaça fazer a consoada à porta do 33 caso não seja encontrada uma solução.

Se até dia 24 de dezembro não tivermos uma resposta fazemos a ceia de Natal à porta do prédio e convidamos a Proteção Civil para se juntar a nós”, avançou Cátia Cunha.

“O mais certo é voltar para casa porque não há relatório nenhum a dizer que estou proibida de entrar, só uma fita, nem um edital afixado à entrada a dizer que é proibida a entrada”, acrescentou.

A moradora, assim como os restantes ouvidos pela Lusa, salientou que só a junta de freguesia os tem apoiado, ligando diariamente para saber como estão, além de ter disponibilizado uma equipa de psicólogos no dia em que ficaram desalojados.

A Lusa tentou entrar em contacto com o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, o que não foi possível até ao início da tarde.

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