As associações profissionais de militares afirmaram hoje estranhar o "silêncio" do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, perante um pedido de audiência que endereçaram a Belém em julho passado sobre o caso de Tancos.
Em comunicado conjunto, a Associação de Oficiais das Forças Armadas, a Associação Nacional de Sargentos e a Associação de Praças afirmam que pediram no passado dia 10 de julho uma audiência "com caráter de urgência, a propósito do caso de Tancos, tendo presente que o mesmo representa além de tudo mais um sintoma do grave estado em que se encontram as Forças Armadas quanto a pessoal, material carreiras, estatuto, apoio social, saúde".
"Porém, não logrou o Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas ouvir as razões e motivos das APM [Associações Profissionais Militares] e dos seus associados, nem explicar ou responder porque não o logrou fazer", afirmam, no comunicado, hoje divulgado.
As associações profissionais de militares "merecem mais que um ensurdecedor silêncio e estranham a aparente ambivalência e indiferença, entre um Presidente da República sempre atento e pronto a todos ouvir" e, por outro lado, "um Comandante Supremo das Forças Armadas que "não ouve, não percebe nem aconselha os seus subordinados", lê-se, no documento.
Afirmando-se "sempre prontas e dispostas a ouvir e a dialogar, as associações profissionais de militares recusam ser votadas "ao marasmo".
O furto de material de guerra nos paióis nacionais de Tancos foi divulgado pelo Exército no passado dia 29 de junho.