Portugueses "confiam mais" nas urgências do que nos médicos de família - TVI

Portugueses "confiam mais" nas urgências do que nos médicos de família

Medicina (Reuters)

Portugal é um dos países com maior rácio de médicos de família, mas sete em cada dez habitantes recorre aos hospitais para tratamentos

Cerca de sete em cada dez portugueses recorre aos serviços de urgências hospitalares, apesar de Portugal ser um dos países europeus com maior rácio de médicos de família por habitante, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

A propósito do Dia Mundial do Doente, que se assinala no sábado, a Sociedade de Medicina Interna alertou para o “excesso de recurso da população” às urgências dos hospitais, indicando que Portugal é dos países em que os cidadãos mais recorrem a estes serviços.

A culpa do excesso de recurso às urgências é normalmente atribuída à falta de médicos de família, no entanto isso é paradoxal porque Portugal é um dos países europeus com um maior rácio de médicos de família por mil habitantes”, afirma a Sociedade de Medicina Interna em comunicado.

O acesso também não parece ser um fator que justifique a procura de urgências, uma vez que as regiões onde existem mais unidades de saúde familiares (com melhor acesso ao médico de família) não existem menos admissões nas urgências.

Pode concluir-se que uma das causas é a falta de capacidade resolutiva dos cuidados primários”, indica a Sociedade de Medicina Interna, lembrando que os doentes procuram as urgências por terem exames complementares, especialistas, porque estão abertas 24 horas e “porque confiam mais nos hospitais”.

O presidente da Sociedade, Luís Campos, refere no comunicado que os hospitais também têm “alguma quota de responsabilidade” neste peso do recurso às urgências, porque “poderiam criar mais alternativas para os doentes agudos não urgentes” dentro dos próprios hospitais.

Poderiam também estabelecer vagas nas consultas para doentes não programados ou investir mais nos hospitais de dia.

Para reduzir o recurso às urgências, o especialista sugere assim que se criem alternativas para os doentes agudos nos hospitais, ao mesmo tempo que se aumenta a capacidade dos cuidados primários.

Outra das propostas da Sociedade de Medicina Interna dirige-se às alternativas ao internamento hospitalar, criando centros de medicina ambulatória que integrassem os hospitais de dia, com programas de hospitalização domiciliária, unidades de diagnóstico rápido e programas de cuidados integrados.          

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