O ministro da Justiça disse esta quarta-feira que na primeira quinzena de Setembro foram detidas 102 pessoas preventivamente, respondendo a críticas ao novo código de processo penal, que restringiria esta medida de coacção, noticia a Lusa.
Alberto Costa falava na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a pedido do CDS-PP que, através do deputado Nuno Melo, questionou o ministro sobre a reforma penal e o aumento da criminalidade violenta.
O deputado centrista afirmou que o PS promoveu uma reforma processual penal e desde então a criminalidade violenta registou um aumento de 15 por cento.
«Há um registo diário de criminalidade violenta, com assaltos a ourivesarias, roubos por carjacking, tentativas de homicídio nas instalações da PSP e até um assalto por escalamento à Direcção Central de Combate ao Banditismo da PJ», afirmou Nuno Melo, lembrando que muitas associações estabelecem uma ligação entre o aumento da criminalidade e a reforma penal.
Refutando as críticas de Nuno Melo, Alberto Costa lembrou que o CDS-PP votou a favor do regime de prisão preventiva, comentando: «Antes de nos arrependermos devemos pensar duas vezes». Elucidou ainda que, no «último Verão», a Polícia Judiciária efectuou 600 detenções, das quais resultaram 250 presos preventivos, o que representa «uma actividade significativa».
11 detidos por violência doméstica
Relativamente à reivindicação do CDS-PP de medidas mais pesadas para quem comete violência doméstica - um crime que tem uma moldura penal que vai de um a cinco anos, agravada em dois anos se for praticada com a presença de menores - Alberto Costa frisou que «há 11 pessoas detidas preventivamente» por terem praticado este crime.
«A legislação que foi aprovada é absolutamente conforme à mensagem da constituição que consagra o carácter excepcional da prisão preventiva», sustentou o ministro, considerando que o código penal e do processo penal não devem ser alterados. «Não devemos legislar à flor da pele», comentou, defendendo que deve ser assegurada a sua estabilidade.
Às críticas de «várias entidades e membros do Parlamento» que afirmam que o aumento de criminalidade poderá dever-se à libertação de pessoas por excesso de prisão preventiva, Alberto Costa informou que dos 107 presos libertados, apenas três voltaram ao estabelecimento prisional ao abrigo de outros processos.
Em 15 dias mais de 100 foram para a prisão
- Redação
- CLC
- 1 out 2008, 17:17
Ministro das Justiça rebate critícas com números e diz: «Não devemos legislar à flor da pele»
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