Patriarcado de Lisboa apela a voto no Basta - TVI

Patriarcado de Lisboa apela a voto no Basta

  • SS
  • 16 mai 2019, 11:29

Página de Facebook do Patriarcado publicou, na quarta-feira, um gráfico que mostrava as posições dos diferentes partidos em relação a questões como o aborto, a eutanásia e a prostituição. Patriarcado já admitiu que foi uma "imprudência"

O Patriarcado de Lisboa apelou ao voto na coligação Basta, no Nós Cidadãos e no CDS-PP, três partidos que são contra o aborto e a eutanásia, com políticas consideradas de “defesa da vida”.

De acordo com o Diário de Notícias, a página de Facebook do Patriarcado publicou, na quarta-feira, um gráfico que mostrava as posições dos diferentes partidos em relação a questões como o aborto, a eutanásia e a prostituição.

O gráfico, feito pela Federação Portuguesa pela Vida, coloca o Basta, o Nós Cidadãos e o CDS como forças políticas "pró-vida" e PS, Bloco de Esquerda e PAN como partidos que não defendem nenhum critério considerado "pró-vida".

Neste gráfico há ainda duas hashtags claras que sugerem o voto nos três partidos considerados de "defesa da vida": #euvotoprovida (eu voto pró-vida) e #avidaem1lugar (a vida em primeiro lugar). 

Segundo o DN, o gráfico esteve duas horas online, mas acabou por ser apagado.

Contactado pelo mesmo jornal, o gabinete de comunicação de D. Manuel Clemente admitiu que a publicação foi uma “imprudência”.

Admitimos que foi uma imprudência. Para o Patriarcado, é essencial que toda a gente tenha a possibilidade de discernir o seu voto".

Rio desvaloriza apelo ao voto do Patriarcado de Lisboa por ter sido retirado 

O presidente do PSD, Rui Rio, desvalorizou o apelo ao voto por parte do Patriarcado de Lisboa nas redes sociais, uma vez que a igreja reconheceu que “foi uma imprudência” e retirou a mensagem.

Falando aos jornalistas na sede do PSD, em Lisboa, à margem de uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal, Rui Rio disse não ter “reação nenhuma” a este caso.

Eu nem sequer tinha visto a notícia, depois deram-me nota disso. Mas, também, ao tempo que me dão nota disso, também me dão nota de que o próprio patriarcado já mandou retirar e dizer que foi um erro ou uma imprudência, o que quer que seja”, referiu o presidente do PSD.

“Se assim é, estamos outra vez no ponto zero e, portanto, não merece nenhum comentário especial”, reforçou.

Questionado sobre se a situação vale a apresentação de uma queixa ou algum reparo à igreja, Rio respondeu taxativamente: “Não, não, não, não”.

Queixa muito menos, reparo havia se não tivessem feito aquilo que fizeram, que é retirar e assumir que foi uma imprudência. Se assumem que foi uma imprudência, está tudo bem”, assinalou.

Perante a insistência dos jornalistas, que questionaram o líder do PSD, sobre se o Patriarcado de Lisboa deveria apresentar um pedido de desculpas, Rio respondeu em tom risonho que não.

BE lamenta publicação, mas reconhece que esta foi retirada

O BE lamentou, esta quinta-feira, a publicação sobre partidos políticos feita pelo Patriarcado de Lisboa, mas destacou que entretanto foi retirada e considerada imprudente, sublinhando que "a esmagadora maioria dos cristãos prezam valores como a tolerância".

À saída de uma visita à Unidade de Saúde Familiar de Cruz de Celas, em Coimbra, a primeira ação do dia da campanha às eleições europeias, Marisa Matias foi questionada pelos jornalistas sobre a mensagem publicada na rede social Facebook pelo Patriarcado de Lisboa na qual se destacava a coligação Basta, o Nós Cidadãos e o CDS-PP como as forças que se opõem à liberalização da eutanásia, das barrigas de aluguer e ou descriminalização do aborto.

Lamentamos que o Patriarcado tenha feito esta publicação, mas reconhecemos que a retirou numa atitude que classificou de imprudente", disse.

O BE, garantiu a eurodeputada, tem "consciência de que a esmagadora maioria dos cristãos prezam valores como a tolerância, a liberdade e o não têm em conta sequer o discurso do ódio".

Perante a insistência dos jornalistas, Marisa Matias não saiu do registo e repetiu, mais duas vezes, que o BE lamenta o sucedido, mas regista que a publicação foi retirada e classificada de imprudente.

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