Suicídio: alunos dizem que não fizeram «nada de mal» - TVI

Suicídio: alunos dizem que não fizeram «nada de mal»

Pais e professores indignados com associação entre suicídio de professor e indisciplina dos alunos

Professores e pais da Escola Básica 2.3 de Fitares, Sintra, dizem-se indignados com a associação entre o suicídio de um docente e a indisciplina dos alunos. O argumento é de que o caso está a perturbar os estudantes.

«O que eu vi foram alunos revoltados que dizem "eu não quero ver estas mentiras acerca dos meus colegas. Os meus colegas não fizeram nada de mal"», conta uma mãe, em declarações à tvi.

Alguns pais estiveram, esta sexta-feira de manhã, concentrados em frente à escola, mostrando indignação por o suicídio do professor estar a ser associado a maus-tratos por parte dos alunos do 9.º B. Uma mãe citada pela Lusa, disse que «é impossível que o professor se tenha suicidado por causa dos alunos». «Alguém que pratica um acto destes tem que ter antecedentes. Ninguém se suicida por causa de uma turma. Nunca ouvi falar de violência nas aulas», disse.

« Quando cheguei à escola vi adolescentes muito revoltados. Os alunos do 9.º B dizem que é mentira, que não tiveram responsabilidades no suicídio do professor», adiantou.

«Estava com uma grande depressão»

Outro pai disse que lhe «custa a acreditar» que o suicídio do docente tenha como causa maus-tratos por parte dos alunos. «Deve haver mais coisas. Nesta escola há insegurança, como há noutras. Há situações de bullying com colegas do meu filho e um deles levava tareias todos os dias», contou.

Também professores contactados pela Lusa junto ao estabelecimento recusaram a associação do suicídio com o comportamento dos alunos, argumentando que o docente de Educação Musical já tinha antecedentes de depressão. «O professor estava com uma grande depressão. Estava a ter acompanhamento psicológico e a escola fez tudo o que pôde», sublinhou um docente que pediu anonimato. O mesmo professor afirmou estão «perturbados com esta notícia» e já se encontram a receber apoio psicológico.

«Também sou professora de música e nunca ouvi dizer que [o professor] era alvo de gozo e de maus-tratos. Ele nunca nos disse nada», contou outra docente que pediu para não ser identificada.
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