Educação: ministra quer acabar com «burocracias» na avaliação - TVI

Educação: ministra quer acabar com «burocracias» na avaliação

Protesto contra a ministra da Educação

Maria de Lurdes Rodrigues fala em diálogo. Secretário de Estado apela ao regresso às negociações

Relacionados
NOTÍCIA ACTUALIZADA

A ministra da Educação deu mais um sinal de flexibilidade. Depois de ter cedido no estatuto do aluno, Maria de Lurdes Rodrigues fala agora na vontade de acabar com as burocracias desnecessárias no processo da avaliação dos professores.

«Este modelo assenta num pressuposto de autonomia das escolas, na sua capacidade para se organizar e responder à especificidade de cada uma das escolas. É este principio que procuro respeitar», disse à entrada para uma reunião com o Conselho de Escolas, com quem esteve reunida durante mais de duas horas.

ME admite alterar processo

Na intenção de ouvir as várias partes envolvidas, a ministra assume que o diálogo tem de continuar para se encontrar um sistema válido:

«O risco que se corre é que as escolas desenvolvem procedimentos muito diferentes, aparentemente com excesso de burocracia, que pode ser induzido pelo modelo ou não. O que continuo a fazer é ouvir os vários protagonistas no processo, para além de professores, também a CONFAP, Conselho Nacional da Educação e alguns peritos para perceber o que é ainda fazer para apoiar as escolas a aplicar o modelo de concretização.»

«Aquilo que procuro é reduzir tudo aquilo que seja trabalho excessivo sobretudo se for de natureza burocrática, sem sentido. Essas dimensões do processo de avaliação têm de ser eliminadas», vincou.

«Suspender significa parar e desistir», acrescentou Maria de Lurdes Rodrigues, lembrando que a existência de um sistema de avaliação dos docentes «parece ser unanimemente aceite pelos professores».

Confirmando esta tendência de diálogo, também o secretários de Estado Valter Lemos se mostra aberto à negociação: «Estamos inteiramente disponíveis para ouvir todos os parceiros e é isso que queremos fazer. Apesar dos sindicatos terem fugido ao diálogo e estabelecerem outra estratégia, espero que regressem à mesa da negociação».

Escolas aconselham

No final da reunião com a ministra, o presidente do Conselho de Escolas confirmou que o ambiente não é o melhor, mas vai aguardar para perceber o caminho que Maria de Lurdes Rodrigues vai tomar depois de ouvir as várias partes envolvidas no processo educativo.

«A senhora ministra revelou abertura para ouvir as propostas. Ouviu e confirmou alguns dos problemas detectados, sabendo que existe um clima de tensão que não é propício ao trabalho das escolas», disse Álvaro Almeida dos Santoas.

«Foram apresentadas várias propostas à ministra, que agora vai ouvir os outros parceiros», referiu, não querendo revelar o conteúdo dessas soluções, embora dando a perceber que a burocracia é um dos problemas que tem de ser eliminado: «Quando se esgotam tantas horas com coisa relacionadas com a avaliação, é claro que acaba por bloquear a acção das escolas. Foi manifestada abertura por parte da equipa que tutela a pasta da Educação e agora espero que se encontrem soluções».
Continue a ler esta notícia

Relacionados