É um luxo sem justificação: carro, combustível, isenção de portagens. No Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa há quase 20 chefes a usarem as viaturas de serviço quer vivam a 10 ou a 100 quilómetros do quartel.
As viaturas são usadas tanto em dias de trabalho como em dias de descanso. E tudo com o aval do comandante do regimento e até da Câmara Municipal de Lisboa.
Há mesmo quem use as viaturas de serviço para fins pessoais: por exemplo, para ir às compras com a família.
Ao mesmo tempo que isto acontece, há quartéis com paredes a cair e bombeiros a conviverem com ratos e baratas.
O caso mais chocante é o do antigo Quartel do Colombo. Era o melhor, o mais moderno e equipado de Lisboa e custou 12 milhões de euros. Mas há quatro anos foi demolido para que o Grupo Espírito Santo pudesse expandir o Hospital da Luz.
Uma polémica que envolveu o então vereador do urbanismo Manuel Salgado, primo do banqueiro Ricardo Salgado.
O antigo quartel demolido alojava ainda o Museu do Bombeiro. Estamos a falar de carros únicos no mundo, que na sua maioria foram despejados em armazéns junto ao Tejo onde estão literalmente a apodrecer.