Máfia do Pinhal: há suspeitas de compadrio entre o ICNF e o lobby dos madeireiros - TVI

Máfia do Pinhal: há suspeitas de compadrio entre o ICNF e o lobby dos madeireiros

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas acusado de burla num leilão de madeira queimada.

O ICNF está a ser acusado de burla num leilão público de madeira queimada nos incêndios do ano passado. Em causa está um lote vendido em hasta pública, que terá sido adulterado já depois de ter sido vendido ao madeireiro que fez a denúncia, levantando suspeições de ter havido favorecimento à chamada máfia do pinhal.

Um madeireiro denunciou à TVI que o Instituto terá, depois de vender um lote de madeira, colocado marcas brancas em diversas árvores para que não fossem abatidas.

Sempre que um lote é vendido há árvores que não fazem parte do mesmo lote por não terem sido totalmente afetadas. O empresário tem provas de que, dois meses depois de ter comprado o lote, o ICNF esteve no local a marcar árvores que não o estavam na altura em que decorreu o leilão. 

O madeireiro visitou o local a 10 de julho deste ano, doze dias depois do leilão. As fotos retiradas no local, que foram enviadas para o Ministério da Agricultura, comparadas com outras captadas em agosto mostram que há novas árvores que aparecem marcadas. O empresário diz que foi a 2 de agosto que responsáveis do ICNF estiveram no local, semanas depois do leilão. 

Fonte ligada ao processo confirmou à TVI que houve uma remarcação já depois da venda.

O caderno de encarnos é claro e diz que “as árvores com tinta branca não fazem parte do lote", mas o instituto alega que só podem ser cortadas as árvores com marcas de machado.

Uma marca a machado que assinalaria as árvores que são para cortar, mas o caderno de encargos nada diz sobre este tipo de marcação a machado.

O próprio instituto admite que não teve capacidade para fazer todas as marcas a tinta branca para proibir o corte. Porém exige ao comprador que verifique uma a uma as marcas de machado, uma agulha no palheiro no meio de mais de 4 mil pinheiros

Se o madeireiro detetar anomalias não pode fazer qualquer reclamação depois de ter comprado a madeira ao estado,  mas foi precisamente depois do leilão público que o ICNF fez novas marcas.

O Ministério Público já tem as provas e a GNR está a investigar a queixa.

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