Covid-19: peritos querem prazo de 3 meses para farmacêuticas cederem vacinas - TVI

Covid-19: peritos querem prazo de 3 meses para farmacêuticas cederem vacinas

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  • 12 mai 2021, 12:39
Vacinas covid-19

Especialistas considera que caso se recusem, os seus direitos de propriedade intelectual devem ser suspensos

Peritos independentes sugeriram hoje que deve ser dado às farmacêuticas um prazo de três meses para concederem autorizações de produção das suas vacinas contra a covid-19 a outros fabricantes e caso recusem devem ser suspensos os seus direitos de propriedade intelectual.

A recomendação é do Painel Independente de Preparação e Resposta a Pandemias, que examinou durante oito meses as falhas que houve na gestão da atual crise sanitária a pedido da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O painel apresentou hoje o relatório final, no qual defende que se fixe um prazo de 90 dias para se alcançar um acordo com os países onde se produzem as vacinas e as empresas proprietárias das patentes para que os antídotos que desenvolvem possam produzir-se em mais locais no mundo.

Considera-se que esta é a única forma de aumentar a capacidade de produção até um nível suficiente para responder à imensa procura de vacinas a nível mundial e resolver o problema da distribuição desigual.

Assim, pede-se que a Organização Mundial de Saúde, que coordena a gestão global da pandemia, e a Organização Mundial do Comércio (OMC) convoquem as farmacêuticas para procurar uma solução negociada, face à qual se mostraram relutantes.

Os países ricos com interesse no setor farmacêutico opuseram-se na OMC a uma proposta apresentada há mais de meio ano pela Índia e pela África do Sul para suspenderem temporariamente as patentes das vacinas, ao que se opõem também as empresas, que argumentam que a medida atentaria contra a capacidade de inovação.

O recente anúncio do Governo dos Estados Unidos de que é favorável a uma suspensão das patentes nesta situação de emergência faz pensar que as negociações sobre a questão na OMC poderão finalmente progredir.

As vacinas estão concentradas nos países ricos, existindo dezenas de nações que ainda não iniciaram a imunização contra a covid-19 ou fizeram-no em níveis insignificantes.

A copresidente do painel e ex-Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, recordou que alguns países compraram doses suficientes para vacinar o dobro da população.

Durante a apresentação do relatório, Jonhson Sirleaf pediu a todos os países que atingiram uma cobertura de vacinação suficiente para doarem “pelo menos mil milhões de doses o mais tardar até 01 de setembro” e dois mil milhões de doses até meados de 2022.

Os principais beneficiários devem ser os 92 países mais pobres do mundo que não têm recursos para comprar vacinas e que esperam receber doses do mecanismo COVAX, criado pela OMS para lutar contra a desigual repartição de vacinas no mundo.

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