Incêndios: mais de uma centena de pessoas retiradas de casa - TVI

Incêndios: mais de uma centena de pessoas retiradas de casa

  • PP (atualizado às 00:05)
  • 13 ago 2017, 21:04

Fogos já provocaram 42 feridos desde quarta-feira. 39 são ligeiros e três são mais graves

Na sequência do grande número de incêndios dos últimos dias já se registaram 42 feridos, “dois ou três” hoje mesmo, segundo o balanço de Patrícia Gaspar, da Autoridade Nacional de Proteção Civil. esta responsável frisou que da totalidade de feridos 39 são ligeiros e que três são mais graves, mas que mesmo assim não inspiram cuidados.

Devido aos incêndios que fustigaram o país este domingo, centenas de pessoas foram retiradas de casa. Foram horas de aflição e a noite promete ser longa.

O incêndio que há dois dias consome floresta em Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém, chegou a Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, sendo essa a ocorrência mais preocupante segundo a Proteção Civil.

No segundo “briefing” do dia da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a adjunta nacional de operações, Patrícia Gaspar, disse que só hoje deflagraram 176 incêndios, mas explicou que os mais preocupantes, além do que ocorre em Ferreira do Zêzere e agora Vila de Rei, são os que lavram na Mealhada (Aveiro), Alvaiázere (Leiria) e Carvalhosas (Coimbra). Só esta segunda-feira se vão conhecer os números finais das ocorrências.

Na sequência do pedido de ajuda (Mecanismo Europeu de Proteção Civil) de Portugal estão já a operar no incêndio de Ferreira do Zêzere três meios aéreos espanhóis (um pesado e dois médios).

De acordo com Patrícia Gaspar, foram evacuadas aldeias na zona de Vila de Rei, com as pessoas a ser levadas para a residência de estudantes e para a casa paroquial de Vila de Rei.

No distrito de Coimbra também foram retiradas de casa mais uma centena de pessoas, neste caso, como no anterior, como medida de precaução, explicou a responsável.

Ativado Plano Municipal de Emergência em Vila de Rei

O incêndio que começou em Ferreira do Zêzere e que progrediu para Vila de Rei, ameaça aldeias e obrigou a autarquia a ativar o Plano Municipal de Emergência.

Há muitas aldeias ameaçadas. Há muitos bombeiros, mas para a força do fogo eles também são poucos", disse à Lusa o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, referindo que "algumas dezenas de pessoas" tiveram de ser retiradas, sem conseguir especificar o número concreto.

De acordo com o autarca, o Plano Municipal de Emergência foi ativado às 19:30, sendo que "metade do concelho está a arder".

A ANPC decidiu, entretanto, criar uma ocorrência própria para o fogo que se dirigiu para Vila de Rei face à extensão da frente.

"O incêndio de Ferreira do Zêzere dividiu-se e uma das frentes foi para Vila de Rei, o que nos está a causar alguns problemas", afirmou Carlos Pereira, confirmando que tiveram de ser evacuadas "várias aldeias por precaução". "Estamos a ativar ainda mais meios para esta ocorrência", sublinhou o comandante da ANPC.

A outra frente do fogo de Ferreira do Zêzere já se encontra no concelho de Abrantes, acrescentou.

No distrito, lavra outro incêndio, no concelho de Castelo Branco, em que "há proximidade das chamas às casas" na localidade de Casal da Serra, disse à Lusa o presidente da Câmara, Luís Correia.

Fogo de Miranda do Corvo chega a Vila Nova de Poiares

O incêndio que teve início em Carvalhosas, Coimbra, e progrediu para Miranda do Corvo, já chegou ao concelho de Vila Nova de Poiares, informou o presidente da Câmara.

O fogo que teve início no sábado à tarde em Coimbra e que lavrou com intensidade em Miranda do Corvo atravessou o rio Ceira e chegou à "povoação de Ribas, onde ardeu um barracão", disse à Lusa o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, João Henriques.

Há várias frentes numa grande área do nosso concelho. Houve até uma redução ligeira da temperatura e o vento também parece ter acalmado, mas há projeções com várias dezenas de metros", sublinhou o autarca.

Segundo o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, não foi necessário evacuar qualquer aldeia, mas já foram retirados seis idosos de aldeias próximas da linha da frente "apenas por prevenção e não como consequência dos efeitos causados pelo fogo".

As seis pessoas retiradas estão a ser colocadas na Misericórdia de Vila Nova de Poiares, sendo que o centro de saúde e outras instituições de solidariedade estão prontas "para qualquer eventualidade", referiu.

Apesar do avanço das chamas, o fogo encontra-se "em zonas de mato", mas aproxima-se de algumas povoações, nomeadamente de Vale de Carvalhal, Póvoa e Algaça.

Já no concelho de Miranda do Corvo, não há qualquer frente ativa, encontrando-se "em fase de resolução" o fogo naquele município do distrito de Coimbra, referiu, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara, Miguel Baptista.

Troço da A4 esteve cortado

A A4 chegou a estar cortada entre os nós de Lamares e Parada do Pinhão, devido ao incêndio que deflagrou esta tarde no concelho de Sabrosa, disse fonte da GNR de Vila Real. Tal como um troço da EN15, entre Parada do Pinhão e o nó da A4.

O fogo deflagrou cerca das 13:00, junto à Autoestrada 4 (A4), chegou a ser dado como dominado e reativou-se, depois, com muita intensidade e empurrado pelo vento forte e cruzado, e seguiu em direção a três aldeias: Vilarinho de Parada, Parada do Pinhão e Paredes. 

O presidente da Câmara de Sabrosa mostrou-se preocupado com o incêndio que já queimou uma vasta área de pinhal e cercou a aldeia de Parada do Pinhão, onde atingiu três casas e alguns idosos foram retirados por precaução. Esta foi a aldeia mais atingida pelas chamas.

Domingos Carvas disse que a situação no terreno “continua muito mal” e que o fogo avança em três frentes, lamentando não haver mais meios disponíveis para reforçar o combate.

Domingos Carvas salientou ainda o telefonema solidário do Presidente da República.

Quatro centros de saúde da região Centro vão funcionar durante a noite

Quatro centros de saúde nos distritos de Coimbra, Leiria e Castelo Branco vão estar a funcionar durante a noite devido aos fogos que lavram na região, informou hoje a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Face aos incêndios que afetam a região Centro, a ARSC enviou hoje uma nota informando que os centros de saúde de Miranda do Corvo e de Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra), de Figueiró dos Vinhos (Leiria) e de Vila de Rei (Castelo Branco) vão estar a funcionar durante a noite.

Já os centros de saúde de Cantanhede (Coimbra) e Mealhada (Aveiro) "vão estar abertos até às 24:00", referiu a ARSC, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A ARSC sublinhou ainda que estão disponíveis os hospitais das misericórdias da Mealhada e de Anadia "em caso de necessidade".

Chamas dadas como "dominadas" em Alvaiázere e Mealhada

O incêndio que começou em Alvaiázere, distrito de Leiria, na sexta-feira foi dado como dominado por volta das 20:30. De acordo com a página da internet da ANPC.

Também o incêndio que deflagrou na quinta-feira na Mealhada, distrito de Aveiro, foi dado como dominado este domingo às 22:35. O incêndio deflagrou na quinta-feira e lavrou na fronteira com o concelho de Coimbra.

"As coisas agora estão tranquilas e estão a ser feitos trabalhos de rescaldo", disse à Lusa o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, sublinhando que é difícil ficar "sossegado", face à possibilidade de voltar a reativar.

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