"Não sejas Adalberto": o protesto dos enfermeiros em Belém - TVI

"Não sejas Adalberto": o protesto dos enfermeiros em Belém

  • SS - atualizada às 13:33
  • 15 set 2017, 12:17

Mais de uma centena de enfermeiros estavam esta sexta-feira concentrados junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, mesmo antes da hora marcada (12:00) para o protesto destes profissionais de saúde

Centenas de enfermeiros estavam esta sexta-feira concentrados junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, mesmo antes da hora marcada (12:00) para o protesto destes profissionais de saúde.

Vestidos com t-shirts pretas, muitos dos enfermeiros exibem flores brancas e balões negros e alguns cartazes com palavras de ordem onde se pode ler “Basta!”, “Respeito!” e “#Não sejas Adalberto!”.

Os sindicatos esperam cerca de 5.000 enfermeiros nas manifestações desta sexta-feira em Lisboa. Luís Mós, delegado do sindicato dos Enfermeiros, disse à agência Lusa que são esperadas dezenas de autocarros com enfermeiros de todo o país

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros adiantou que avançará para uma nova greve oito a 15 dias depois das eleições autárquicas, marcadas para 1 de outubro, caso o Governo não satisfaça algumas das exigências dos enfermeiros.

Em declarações à agência Lusa, José Azevedo disse que considera a reestruturação das carreiras de enfermagem como uma das reivindicações mais importantes.

Retomaremos uma greve 8 a 15 dias depois das eleições autárquicas”, afirmou o dirigente sindical, que está a participar na manifestação junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

José Azevedo adiantou que, por enquanto, o Sindicato dos Enfermeiros não vai juntar-se ao outro sindicato, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, na greve de 3, 4 e 5 de outubro, marcada na quinta-feira.

O Sindicato dos Enfermeiros prefere realizar uma paralisação autónoma e que “nada tenha a ver com as eleições”, explicou.

O sindicalista estima ainda que uma nova greve possa ter “serviços mínimos mais reduzidos”.

Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira o último de cinco dias de greve nacional e juntam aos vários protestos que têm realizado pelo país uma concentração junto ao Palácio de Belém e à Assembleia da República. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros e pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, tendo ficado de fora o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

Durante os quatro primeiros dias de greve a adesão dos profissionais tem andado em valores entre os 80 e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a paralisação em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.

Várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas canceladas.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Esta irregularidade da marcação determinada pelo Governo pode levar à marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que aderiram ao protesto.

O braço de ferro entre enfermeiros e Ministério da Saúde prolonga-se desde julho, com a reivindicação da integração da categoria de especialista na carreira.

Os enfermeiros de saúde materna e obstetrícia realizaram já dois protestos em que não cumprem os serviços especializados para os quais ainda não são pagos, o que afetou blocos de parto e maternidades.

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