Ação pelo direito à habitação pede “Casas para as Pessoas e não para o Lucro” - TVI

Ação pelo direito à habitação pede “Casas para as Pessoas e não para o Lucro”

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  • MJC
  • 27 mar 2021, 20:33
Ação pelo direito à habitação

Largas dezenas de pessoas participaram este sábado em Lisboa numa ação pública pelo direito à habitação

Largas dezenas de pessoas participaram este sábado em Lisboa numa ação pública pelo direito à habitação, promovida por várias associações para reivindicar a continuação da suspensão dos despejos, a regulação de preços e o aumento da habitação pública.

Sob o mote “Casas para as Pessoas e não para o Lucro”, a assembleia pública, realizada no Largo do Intendente, inseriu-se numa iniciativa europeia no âmbito do Dia Europeu da Ação pela Habitação, a decorrer em quase 70 cidades. Devido à pandemia, os participantes usavam máscaras, na generalidade, e mantiveram algum distanciamento.

O preço das casas aumentou, não diminuiu com a crise. O imobiliário está cada vez mais desfasado da realidade concreta da sociedade”, realçou à Lusa Rita Silva, da associação Habita e uma das responsáveis pela ação, que alertou para a intenção de manter os despejos suspensos “enquanto não houver soluções”, para evitar “uma situação muito complicada”.

A pandemia de covid-19 “aprofundou o desemprego, a perda de rendimentos e a falta de apoios sociais” que “já vinham da crise anterior”, explicou Rita Silva, por entre uma série de testemunhos de pessoas a enfrentar o risco de despejo, que não conseguem pagar a renda, que vivem em barracas ou que estão a viver em situações limite de sobrelotação.

Apesar de os despejos estarem suspensos, os processos estão a decorrer em tribunal e, então, as pessoas estão a receber os papéis e sabem que, mais tarde ou mais cedo, o despejo vai acontecer. Essas pessoas estão à procura de casa no mercado e não conseguem arranjar nenhuma alternativa”, denunciou.

Entre outros problemas identificados, estão “as pessoas que continuam a viver em barracas, em situações extremamente degradadas e que continuam a enfrentar a questão da demolição”, bem como o facto de as mulheres serem muito afetadas, sobretudo “mães, sozinhas com crianças, em que o seu rendimento não chega para pôr comida na mesa”.

A ação contou com uma adesão de 200 a 300 pessoas, segundo a organização, um número que Rita Silva considerou “muito bom para os tempos que correm”, lamentando, contudo, que as autoridades tenham impedido uma maior adesão, face às restrições de circulação entre concelhos, no âmbito da pandemia de covid-19.

Incrivelmente, tivemos pessoas que não puderam chegar aqui porque foram ‘barradas’ pela polícia e limitadas nos seus direitos de se deslocarem entre concelhos para poder participar numa ação política. Achamos que é muito grave”, condenou.

Além da associação Habita, a assembleia pública em Lisboa foi organizada pela plataforma Stop Despejos.

 

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