Ânimos exaltam-se entre empresários de diversão e polícia - TVI

Ânimos exaltam-se entre empresários de diversão e polícia

  • Redação
  • VC - Atualizada às 14:40
  • 10 dez 2016, 12:59

Representante dos donos dos carrosséis conseguiu chegar à fala com o primeiro-ministro ao início da manhã, mas protesto continuou e tensão foi aumentando

Os ânimos exaltaram-se entre os empresários de diversão e a polícia, no protesto que os primeiros levaram a cabo em Coimbra, onde estão o primeiro-ministro e o Presidente da República a participar na convenção que assinala os 40 anos do poder local. 

O representante destes empresários ainda conseguiu chegar à fala com o primeiro-ministro, de forma pacífica e ainda sem grande concentração, ao início da manhã. No entanto, o protesto continuou e a tensão foi subindo de tom.

Estavamos a fazer a nossa marcha lenta, legal. Vou a entrar na rotunda, devagarinho, oiço uns murros e há um senhor agente que diz que eu o queria atropelar. Havia uma colega nossa que tentou tirar fotografias e o senhor agente queria tirar-lhe o telemóvel. A nossa reação foi mais por causa disso. Se não fosse esse senhor agente, nada disto se passava".

Foi o que disse à TVI um os empresários, momentos depois dos desacatos.

Sentimos alguma pressão, dá-me a entender que as nossas forças de segurança recebem ordens superiores, talvez até do Governo para nos provocarem para perdermos a razão (...) Só queremos continuar a nossa marcha e pedimos às autoridades que tenham calma. Estamos com a corda na garganta. Estamos a lutar por uma causa. (...) Não vamos matar ninguém"

Este empresário recordava o protesto pacífico de 42 dias em Lisboa, dizendo que foi pacífico. Mas a 8 de novembro houve confrontos e a polícia lançou, inclusive, gás pimenta.

Com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa em Coimbra, os empresários prometem calma e dizer o que têm a dizer. 

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Luís Paulo Fernandes, o protesto tinha em agenda marchas lentas em várias artérias da cidade e a concentração de veículos pesados, a partir das 07:00, no largo em frente ao Portugal dos Pequenitos e ao Convento de São Francisco.

As reinvindicações

As ações de protestos visam exigir o cumprimento de uma resolução, aprovada em 2013 por unanimidade no parlamento, que recomenda ao Governo o estudo e a tomada de medidas específicas de apoio à sustentabilidade e valorização da atividade das empresas itinerantes de diversão.

“Este carrossel encontra-se em greve. Protesto contra o Governo pela falta de apoio e de leis específicas à atividade itinerante”, pode ler-se na informação que será afixada por empresários que vão participar nas manifestações e que, por isso, vão ter os equipamentos de diversão encerrados ao público.

Os empresários de diversões reclamam do Governo, entre outros pontos, a descida da taxa máxima do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) que têm de suportar e cujo aumento "magistral" em 2011, de 06% para 23%, "acabou com a percentagem de lucro", segundo a APED.

"Era a margem com que ainda podíamos ajudar os promotores [de feiras e romarias] de todo o país", argumentou.

A APED contesta ainda que as empresas de diversões itinerantes tenham de pagar para se instalar em feiras: "Somos o único interveniente que paga. Os artistas, as ornamentações dos eventos são todas pagas com dinheiros públicos, nós somos os únicos que pagamos para estar", frisou Luís Paulo Fernandes.

Sobre a ligação das ações de protestos com a convenção do poder local, o representante dos empresários de diversões declarou: "Só nos resta lutar, só nos resta pedir ao poder local que nos apoie, porque vão ficar sem os carrosséis. Já tem ficado o interior, o Alentejo, e agora o litoral vai ficar também”.

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