Trabalhadores do hospital Egas Moniz alertam para falta de higiene na alimentação - TVI

Trabalhadores do hospital Egas Moniz alertam para falta de higiene na alimentação

Cerca de 15 trabalhadores dos serviços de alimentação do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental estão concentrados em frente ao Hospital Egas Moniz para reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho

Os trabalhadores do serviço de alimentação do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, alertaram para a falta de condições e de higiene no trabalho, que podem pôr em risco a saúde do doentes e dos próprios trabalhadores.

Temos falta de condições de trabalho e falta de higienização no trabalho”, disse Adelaide Corte-Real, funcionária do Hospital Egas Moniz, durante um protesto que está a decorrem em frente ao Hospital Egas Moniz.

Adelaide Corte-Real contou que os trabalhadores têm apenas uma farda, com que preparam a comida, as saladas, os legumes e fazem o empratamento para os doentes, ao mesmo tempo que se for preciso lavam as casas de banho do refeitório.

Só temos uma farda que levamos para casa para lavar”, disse a trabalhadora, contando que esse equipamento tem de ser lavado a 90 graus.

“Lógico que não vou fazer uma máquina só com uma farda a 90 graus em minha casa”, frisou, denunciando ainda que existe apenas uma máquina de lavar loiça, “que lava a loiça do doente, a loiça do refeitório e a loiça dos contagiosos”.

Por outro lado, acrescentou, “tudo o que seja para fazer empratamento e trabalhar na cozinha”, como facas ou pinças, “somos nós que trazemos de casa porque a firma não nos dá”.

É por estas razões que “estamos aqui a lutar para que as pessoas ouçam e saibam o risco que estão a correr e saibam também o que nós passamos”, disse Adelaide Corte-Real, rematando: “Isto é um hospital tem de ter condições”.

Para reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho, cerca de 15 trabalhadores dos serviços de alimentação do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO) estiveram concentrados em frente ao Hospital Egas Moniz.

O protesto deveu-se a facto de a empresa SUCH - Serviço de Utilização Comum dos Hospitais ter ficado com a concessão dos serviços de alimentação dos hospitais de Santa Cruz, Egas Moniz e São Francisco Xavier, que por sua vez os subcontratou à Eurest Portugal.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, esta subconcessão pôs em causa o Acordo Empresa anteriormente negociado com o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais.

Esta situação veio retirar direitos aos trabalhadores”, disse o dirigente sindical Luís Andrade, adiantando que os mais de 100 funcionários dos três hospitais “não podem gozar o tempo efetivo de férias”, além de não terem aumentos salariais há seis anos, os feriados não serem pagos segundo a lei, as condições de trabalho serem “muito más” e terem “cargas muito intensivas de trabalho”.

Maria das Dores Gomes, sindicalista, disse não compreender esta subconcessão da SUCH à Eurest, tendo em conta a questão monetária.

Não há dinheiro para a saúde e como é que se faz uma subcontratação desta forma. Há aqui duas entidades nos serviços de alimentação a explorar o Estado”, sublinhou a sindicalista.

A federação já solicitou há algum tempo uma reunião ao Ministério da Saúde para abordar esta questão da subcontratação, continuando a aguardar que seja recebida.

Para o dia 9 de dezembro está marcada uma greve nacional dos trabalhadores das cantinas e dos refeitórios.

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