Suinicultores travados pela GNR ao tentar invadir empresa em Rio Maior - TVI

Suinicultores travados pela GNR ao tentar invadir empresa em Rio Maior

Elementos da GNR impedem suinicultores de entrarem na fábrica da Nobre, em Rio Maior

Manifestantes contestam utilização de carne de porco espanhola na produção de transformados. Protestos acabaram por resultar em confrontos com as autoridades

Um grupo de suinicultores tentou às 19:00 desta terça-feira invadir as instalações da empresa Nobre, em Rio Maior, onde se mantinha concentrado desde as 15:15, mas foi impedido pela GNR.

De acordo com a Lusa, os confrontos entre os manifestantes e a GNR aconteceram depois de quatro elementos do gabinete de crise criado pelo Governo para acompanhar as questões dos setores do leite e da carne de suínos se terem reunido, durante cerca de hora e meia, com a administração da empresa.

O encontro terminou sem promessas do aumento do consumo de carne suína por parte da administração, facto que acabou por exaltar os ânimos dos manifestantes, que arremessaram garrafas de águas e saltaram o muro da empresa.

Os suinicultores acabaram por ser empurrados para o exterior pelos militares do Pelotão de Intervenção Rápida do Comando Territorial de Santarém da GNR, que desde o início da concentração se encontravam no pátio da empresa.

Os suinicultores entoaram, no final dos confrontos, palavras de ordem pedindo a demissão do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, e decidiram manter o protesto por tempo indeterminado.

A decisão foi tomada depois de João Correia ter explicado os resultados de hora e meia de reunião com a empresa, que, segundo o porta-voz do gabinete de crise, negou utilizar nos seus produtos mais de 95% de carne espanhola.

“Dizem que neste momento, para o mercado interno, e dentro da linha de transformados [a carne nacional] rondará cerca de 50%”, transmitiu João Correia, acrescentando que essa informação contradiz os dados dos suinicultores.

Os manifestantes consideraram cumprido o objetivo de mostrar à opinião pública o "que é feito camufladamente com o nome Portugal para vender produtos estrangeiros”. O protesto tem por base a contestação à crise do setor, que no último trimestre teve uma quebra de produção na ordem dos 30%.

Da reunião com a administração, que integra um dos vice-presidentes da Associação Portuguesa de Indústrias de Carnes, saiu ainda a informação de que poderá avançar uma estrutura interprofissional que reúna todos os setores ligados à carne de porco.

“É uma pedra que a produção nacional tem no sapato há 20 anos, nunca quiseram, e vamos ver se é este ano que anda para frente”, afirmou João Correia, ressalvando que essa estrutura poderá contribuir para repor a capacidade negocial do setor.

Protesto condiciona trânsito na Estrada Nacional 1

A concentração de camiões dos suinicultores que esta terça-feira à tarde protestaram junto à empresa de carnes Nobre, em Rio Maior, está esta noite a condicionar o trânsito na Estrada Nacional 1, na Venda das Raparigas, concelho de Alcobaça.

No sentido sul-norte, os manifestantes espalharam brita pela via, o que estava a bloquear o trânsito pelas 20:30, e no sentido contrário os pesados estão a circular lentamente, sob a orientação da GNR.

Os manifestantes protestaram durante a tarde em frente à empresa Nobre, contestando a utilização de carne de porco espanhola na produção de transformados.

O grupo, que chegou a ter mais de uma centena de manifestantes, rumou depois para Venda da Raparigas, nas proximidades da Benedita, onde dois camiões estão a impedir a passagem do trânsito.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos