André Moz Caldas: "Sou o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo” - TVI

André Moz Caldas: "Sou o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo”

André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros

A revelação foi feita pelo próprio Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, numa entrevista à “Revista da Universidade de Lisboa”

André Moz Caldas revelou que é “o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo”. O anúncio do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros foi feito numa entrevista à “Revista da Universidade de Lisboa”.

Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal”, revelou.

Moz Caldas explicou que a opção de tornar pública a sua orientação sexual se prendeu com a necessidade de sensibilizar os jovens portugueses. O secretário de Estado considera que a homofobia continua a existir em Portugal e que é fulcral existirem exemplos de casais homossexuais na esfera pública.

Não sei exatamente porque é que a homofobia existe. Acho que é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas ainda há algum caminho para lá chegar. O que é que podemos fazer? As pessoas públicas viverem a sua homossexualidade com naturalidade", frisou, acrescentando: "Espero que isso possa significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo”.

André Moz Caldas acredita que nenhum jovem se deve aprisionar ou até penitenciar devido à orientação sexual. Contudo, acrescenta que cresceu num ambiente citadino e num contexto familiar progressista, o que pode não acontecer em todos os casos.

O secretário de Estado confessa que ficaria “muito feliz” se este anúncio permitisse a um jovem “sentir-se mais livre para viver com a sua orientação sexual abertamente”.

Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz. Nunca me senti vitimizado em razão da minha orientação sexual, mas tenho consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais”, disse.

Moz Caldas reitera que a orientação sexual não deve glorificar nem degradar nenhum ser humano e apela ao respeito por todas as minorias.

Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído. Enquanto sociedade, temos de perceber que existe diversidade e que as pessoas não são diminuídas por integrarem uma minoria, de índole sexual ou outra. E quem pertence a uma minoria tem de ter uma grande energia para se dar permanentemente ao respeito”, rematou.

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