CGTP disponível para negociar, mas recusa "diálogo de faz de conta" - TVI

CGTP disponível para negociar, mas recusa "diálogo de faz de conta"

  • CE
  • 10 out 2019, 13:45

Arménio Carlos disse ainda que o aumento dos salários e o combate à precariedade têm de ser prioritários

O secretário-geral da CGTP manifestou esta quinta-feira a disponibilidade da central sindical para dialogar e negociar mas advertiu que recusará um "diálogo de faz de conta", apontando o aumento dos salários e o combate à precariedade como prioridades.

Notando que a CGTP está disponível para dialogar e negociar, Arménio Carlos advertiu que o próximo governo não conta com a central sindical para “fazer um diálogo de faz de conta” que depois “não tem consequências nem tem resultados práticos”.

O secretário-geral da CGTP falava aos jornalistas no final de uma reunião, de cerca de uma hora, com o líder do PS e primeiro-ministro indigitado, António Costa, na sede do PS, em Lisboa.

Para Arménio Carlos, que liderou a delegação da CGTP, o futuro da estabilidade do país “está nas mãos do governo” e depende da atenção que o excutivo dê às reivindicações dos sindicatos, frisando que espera que não sejam criadas expectativas que depois saiam defraudadas.

Queremos que este processo que agora se vai iniciar seja isso mesmo, um processo, que seja evolutivo, e que não seja um processo que a priori cria expectativas que depois se vêm a tornar em frustrações por falta de resposta”, salientou.

Por isso, da parte da CGTP “o futuro da estabilidade do país de alguma forma está nas mãos de Governo, consoante as respostas que dê ou não dê” às reivindicações dos trabalhadores e que passarão, em primeiro lugar, pela valorização dos salários e pelo combate à precariedade, adiantou.

A questão de fundo não é saber se há um governo maioritário ou minoritário, a questão de fundo é saber se um governo minoritário tem as condições para ter a abertura, a humildade e simultaneamente a força e a disponibilidade para fazer opções que respondam às necessidades dos trabalhadores e das populações”, respondeu.

 

Não basta dizer que é preciso romper com o modelo de baixos salários e trabalho precário, é preciso romper mesmo e para que isso aconteça o aumento dos salários, do salário mínimo nacional e também o combate à precariedade tem de ser um elemento estruturante”, assinalou o líder da central sindical, acrescentando que não é possível “avançar na negociação da contratação coletiva, e muito menos na valorização dos direitos dos trabalhadores”, enquanto a legislação laboral “não só reduz os rendimentos” como “põe em causa a contratação coletiva”.

Para a CGTP, disse, “tem de haver uma revisão das normas gravosas da legislação do trabalho” - a última alteração ao Código do Trabalho entrou em vigor este mês.

Sobre este assunto e de acordo com Arménio Carlos, António Costa não avançou na reunião desta quinta-feira com qualquer medida sobre essa matéria e “não houve contraponto, não houve contra-argumentação, não houve uma defesa da posição do governo”.

Também ao nível das condições de trabalho existem “situações que precisam de ser ultrapassadas”, bem como em termos “do respeito pelas populações no que concerne aos serviços públicos”, defendeu o dirigente sindical.

Segundo Arménio Carlos, Costa ter-lhe-á manifestado que “está interessado também em procurar encontrar soluções para se resolver os problemas”.

Aquilo que lhe transmitimos é que mais do que, apenas e só, falar na importância da estabilidade do país, essa estabilidade será tanto mais rápida e mais profunda quanto mais rapidamente também se der resposta aos problemas concretos dos trabalhadores, dos reformados e dos nossos jovens”, assinalou Arménio Carlos.

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