O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública anunciou esta segunda-feira a apreensão de mais de 19 quilogramas de cocaína, avaliada em cerca de dois milhões de euros, e a detenção de quatro suspeitos.
Segundo a PSP, estes elementos, com idades entre 27 e 35 anos, faziam parte de um "grupo altamente organizado" com "uma hierarquia bem definida". Não tinham antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime.
A droga vinha da América do Sul, em particular da Venezuela, e chegava a Lisboa de avião em voos comerciais.
Constatou-se que o grupo abastecia, através de outros colaboradores, parte da Área Metropolitana de Lisboa, em concreto os concelhos de Odivelas, Loures, Lisboa e Amadora. Além destes locais, o grupo tem ligações, no que respeita à distribuição do produto estupefaciente, à zona norte e centro do país", refere a PSP.
Mandados e buscas apanharam balúrdio
A investigação durava há cerca de um ano. De acordo com o comandante da Divisão Policial de Loures, Jorge Resende da Silva, dois dos suspeitos "são funcionários do aeroporto" da empresa de 'handling' (assistência em terra) do Aeroporto Humberto Delgado, a Groundforce. Foram detidos em flagrante delito.
Em comunicado, a PSP realça ter sido dado "cumprimento a quarto mandados de busca domiciliária", além de terem sido "efetuadas 11 buscas não domiciliárias na área metropolitana de Lisboa"
No seguimento destas diligências foi possível apreender, mais de 19 Kg de Cocaína, correspondente a 97 500 doses individuais; 16.740,00€ em numerário; 12 Telemóveis; 4 Viaturas; 1 Balança de precisão", refere o comunicado.
Investigação prolongada
A primeira detenção ocorreu na freguesia da Charneca da Caparica, concelho de Almada, e as seguintes no Aeroporto de Lisboa. Segundo o comandante da esquadra de Loures, a operação culminou com o “cessar da atividade” criminosa deste grupo organizado em território nacional, responsável pelo tráfico de estupefaciente por via aérea, a partir da Venezuela.
A Esquadra de Investigação Criminal da Divisão Policial de Loures efetuou um trabalho rigoroso no último ano, mas com especial incidência nos últimos dois meses, que levou a muito serviço acumulado, inclusive na passagem de ano”, contou à imprensa Jorge Resende da Silva.
Dentro da estrutura existente, este seria o nível mais elevado, mas havia subníveis inferiores que efetuariam o escoamento do produto para depois [realizarem] venda direta ao consumidor na Área Metropolitana de Lisboa e nas zonas centro e norte do país”, sublinhou o comandante da Divisão Policial de Loures.
A polícia estima que o lucro obtido após a venda do produto estupefaciente “ascenderia às centenas de milhares de euros”.
A investigação, coordenada pelo Ministério Público do Tribunal de Loures com conhecimento da Polícia Judiciária, vai continuar.
Além dos detidos, já foram constituídos mais arguidos no processo.
Os detidos, todos cidadãos nacionais, já com antecedentes criminais por outro tipo de crimes, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial na Comarca de Lisboa Norte, Loures, para aplicação das respetivas medidas de coação.