Metade dos polícias só faz trabalho de secretária, denuncia sindicato - TVI

Metade dos polícias só faz trabalho de secretária, denuncia sindicato

PSP

Sindicato assenta estas críticas num estudo, segundo o qual o rácio entre pessoal operacional e administrativo, nas polícias europeias, é de 20 a 30%, enquanto na PSP é de 1,8%

O Sindicato do Pessoal Técnico da PSP alertou, esta quinta-feira, para o desperdício de dinheiros públicos na formação de polícias, uma vez que cerca de metade não está na atividade operacional, mas em gabinetes e repartições.

Para o Sindicato do Pessoal Técnico da PSP (SPT/PSP), que representa os funcionários civis da Polícia de Segurança Pública, como juristas, informáticos e escriturários, Portugal tem polícias a mais em comparação com outros países europeus.

O sindicato assenta estas críticas num estudo, que vai entregar na sexta-feira ao grupo parlamentar do CDS/PP, segundo o qual o rácio entre pessoal operacional e administrativo, nas polícias europeias, é de 20 a 30%, enquanto na PSP é de 1,8%.

O presidente do sindicato, José Dias, disse à agência Lusa que perto de metade dos polícias estão a fazer um trabalho não policial.

Em vez de exercerem a segurança e a ordem pública, a PSP desperdiça a sua formação por gabinetes e repartições”, afirmou, adiantando que os polícias estão a fazer trabalhos de secretaria, gestão financeira, informática, recursos humanos e logística.

José Dias sublinhou que estas tarefas podem ser feitas por administrativos.

O sindicato pretende sensibilizar os partidos políticos para a situação, dando conta da necessidade de abertura de concursos para funcionários civis da PSP e a criação de uma carreira própria.

O estudo feito pelo sindicato indica também que a formação de um chefe ou agente da PSP custa ao Estado cerca de 32 mil euros e de um oficial mais de 200 mil euros.

Para o STP, trata-se de “uma gestão ruinosa e altamente lesiva dos dinheiros públicos”, uma vez que o Estado gasta dinheiro na formação de polícias e depois são “mal aproveitados” ao serem colocados em serviços administrativos.

O Estado fabrica polícias que depois não são colocados nas ruas”, sustentou.

Sobre a medida anunciada pela ministra da Administração Interna da saída de polícias colocadas nas messes para a atividade operacional, José Dias disse que tal não se justifica, uma vez que estes agentes têm mais de 50 anos e estão quase a entrar na aposentação.

O sindicalista defendeu a realização de “um grande levantamento” sobre os polícias a exercer funções administrativas e que podem ser colocados nas ruas.

O Sindicato do Pessoal Técnico da PSP tem também agendada uma reunião, a 31 de janeiro, com o Bloco de Esquerda.

Segundo o sindicato, a PSP tem neste momento cerca de 700 funcionários técnicos.

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