Polícias receberam ordem para não usar proteções no Marquês - TVI

Polícias receberam ordem para não usar proteções no Marquês

Associação Sindical dos Profissionais da Polícia adiantou à TVI que vai pedir uma reunião para apurar de quem partiu a ordem

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Os agentes do Corpo de Intervenção da PSP receberam ordem para não usarem material antitraumático na operação policial à festa do título, no Marquês de Pombal, no passado domingo, confirmou a TVI. A ordem acabou por colocar em risco a vida dos agentes da PSP. 

A ordem que terá partido do Comando do Corpo de Intervenção choca com o parecer negativo dado pelo Comando da PSP de Lisboa à forma como os festejos foram organizados. Os confrontos na noite de domingo deixaram 16 polícias feridos, oito com ferimentos mais graves. Nas imagens da noite, é possível ver que no início dos confrontos os agentes da PSP apenas tinham os bastões. 

Segundo explicou Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) os agentes do Corpo de Intervenção (CI) receberam ordem para não usarem “material antitraumático”, como caneleiras, proteções do dorso e braço, capacetes e até o escudo.

Os polícias de choque foram para o Marquês de Pombal como se fossem para um “patrulhamento normal”.

“Não se compreende a ordem, num evento com milhares de pessoas eufóricas, colocando os agentes em risco”, disse à TVI, acrescentado que a ASPP vai pedir uma reunião ao Comando do Corpo de Intervenção de Lisboa para apurar “de quem” partiu a ordem. Isto é, se foi por iniciativa do comandante ou se houve uma indicação superior.

“Vamos pedir uma reunião. Há oito polícias feridos e é necessário apurar responsabilidades”, adiantou.


Dos 16 polícias feridos, oito têm ferimentos mais graves. Um dos agentes foi atingido com uma garrafa de vidro no sobreolho e necessitou de 10 pontos. Um outro agente perdeu dois dentes e outro foi atingido com uma pedra nos órgãos genitais.

A não utilização do material adequado pode mesmo configurar uma violação das normas internas da PSP para este tipo de operações. Esta deverá ser uma das questões abordadas no Inquérito da Inspeção-geral da Administração Interna que foi instaurado aos confrontos na rotunda do Marquês de Pombal.

A ordem para que os agentes não usassem material protetor na operação de segurança causa perplexidade junto dos agentes da PSP, especialmente depois do Comando de Lisboa ter dado um parecer negativo à forma como a Câmara de Lisboa e o Benfica decidiram organizar a festa.

“Mesmo que o parecer fosse positivo, não se compreende a ordem”, explicou.


O motivo que terá levado à ordem não é ainda claro, mas em causa terá estado a imagem dos polícias perante o público.
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