Eram 10 hora da manhã, quando elementos da Divisão Policial da Amadora entraram em ação e detiveram as quatro mulheres, com idades entre os 32 e os 49 anos. Iam encontrar-se mais uma vez com uma vítima, a quem tinham convencido que podiam curar e a quem previam um futuro risonho. E de quem já tinham conseguido todos os seus valores.
De acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, as suspeitas atuavam normalmente em espaços de cuidados de saúde.
Escolhiam em salas de espera as suas vítimas, por norma mulheres, e em conversas informais convenciam-nas que estas padeciam de graves doenças e que apenas com recurso a tratamentos especiais e orações é que as enfermidades teriam cura", conta a polícia.
Convenciam assim as vítimas a pagar tratamentos que "seriam reiterados e com um determinado valor por sessão".
Para além da promessa de cura, estas suspeitas previam e delineavam o futuro das vítimas, com recompensas de grandes quantias monetárias, levando a crer que os pagamentos, apesar de avultados, compensariam o esforço financeiro realizado", refere o comunicado.
Já em rutura financeira, "após ter cedido todos os seus valores", uma das vítimas acabou por contatar a PSP, a quem disse que tinha agendado um novo encontro com as suspeitas. Foram apanhadas em flagrante delito, pela provável prática de burla.
As detidas já estão referenciadas por crimes da mesma natureza. Uma delas estava já a cumprir uma medida de coação de apresentações semanais.
Presentes ao Tribunal de Sintra, a fim de ser ouvidas em primeiro interrogatório judicial, três das mulheres ficaram sujeitas Termo de Identidade e Residência. A outra, que já se encontrava sob apresentações semanais, ficou em prisão domiciliária.