«Estereótipo do estudante de Coimbra é errado» - TVI

«Estereótipo do estudante de Coimbra é errado»

Antes que te Queimes

Estudo «Estilos de Vida Estudantil em Coimbra na Queima das Fitas» revela que «a maioria dos estudantes não bebe»

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Um estudo realizado pela Associação Saúde em Português (ASP), durante a Queima das Fitas em Coimbra, concluiu que o «estereótipo dos estudantes de Coimbra são alcoólico, viciados e irresponsáveis» não corresponde à realidade.

O estudo «Estilos de Vida Estudantil em Coimbra na Queima das Fitas» foi desenvolvido em parceria com a Comissão Central da Queima das Fitas e realizou-se durante os nove dias da maior festa estudantil do país, entre 1 e 9 de Maio, envolvendo 1.108 estudantes, no âmbito do projecto «Antes que te queimes», que envolveu 14 instituições.

Em declarações ao tvi24.pt, Hernâni Caniço, presidente da ASP revelou que todos os 1108 estudantes que se dirigiram para colaborar com o estudo o fizeram «voluntariamente». O estudo consistia no preenchimento de um questionário validado pela OMS que se destinava a apurar os «hábitos alcoólicos e tabágicos dos estudantes e quais os que se predispõem a deixar de fumar».

Com presença nas nove noites da Queima 2009, o estudo envolveu «estudantes que se achavam com um estilo de vida não saudável» e obedeceu a «rigorosos critérios científicos». Os 32 voluntários presentes, durante as cerca de 200 de actividade, ajudaram os estudantes a realizar os 1013 testes de alcoolemia e as 589 determinações de glicemia capilar.

«Foi um estudo efectuado sem atitudes egoístas ou oportunismos, em nome de uma causa solidária central: ensinar saúde e aprender a ser humano, que tem sido o objectivo da Associação Saúde em Português», salientou o médico.

Resultados do estudo

Segundo o estudo, 49 por cento dos estudantes inquiridos afirmaram «ter baixo risco de dependência ao álcool», 44 por cento revelou cometer abusos e sete por cento apresentavam dependência.

«A ideia que tem sido transmitida de que os estudantes de Coimbra são alcoólicos viciados e irresponsáveis não corresponde à realidade», salientou o médico ao tvi24.pt.

O estudo conclui ainda que 75 por cento dos estudantes «não conduz depois de beber» e que 90 por cento «nunca foi assistido por consumo excessivo de álcool ou de outros produtos tóxicos».

De acordo com as conclusões, «60 por cento dos estudantes não fuma e dos que o fazem 67,8 por cento afirmou ter baixa dependência tabágica».

«Estes resultados comprovam que as pessoas que se dirigiam a este espaço eram pessoas que se encontravam suspeitas do seu estado», afirmou o médico.

Medidas a serem tomadas

Tendo em conta que alguns estudantes precisam de ajuda, a Associação Saúde em Português propõe a criação de consultas de cessação tabágica nas Faculdades da Universidade de Coimbra e o incremento de acções de educação para a saúde sobre tabagismo no ensino básico e secundário.

A ASP, sugere como medidas a serem tomadas o cumprimento da Lei de consumo de bebidas alcoólicas e a adopção de uma «estratégia de choque» no combate aos malefícios provocados pelo tabaco e consumo excessivo de álcool são também propostas contidas no documento.

O estudo defende que as consultas devem ser gratuitas nos serviços do Estado e uma maior aposta na «promoção da saúde», bem como a criação de consultas de cessação tabágica nos centros de atendimento de jovens que envolvam o Instituto Português da Juventude.

Segundo Hernâni Caniço, a Associação Saúde em Português compromete-se, «a realizar projectos nestas áreas de risco e a estabelecer parcerias com organizações estudantis e escolas para a formação e prestação de cuidados nas áreas de risco».
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