Quinta do Cabrinha: moradores acusam polícia de agressão - TVI

Quinta do Cabrinha: moradores acusam polícia de agressão

Habitantes do bairro lisboeta prometem resistência a acções de despejo

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Moradores do bairro Quinta do Cabrinha, em Lisboa, queixaram-se esta quinta-feira, de terem sido agredidos pela Polícia Municipal durante uma acção de despejo de casas que tinham sido ocupadas, segundo informações da Agência Lusa.

Segundo os moradores, as ocupações das casas e a resistência às acções de despejo vão continuar nos próximos dias.

Ocupação indevida gera desacatos

As casas desocupadas, coercivamente, foram ocupadas durante o fim-de-semana depois de a Gebalis as ter recuperado e atribuído a famílias carenciadas, disse o presidente da empresa que gere os bairros municipais de Lisboa.

Na quarta-feira já tinha sido desencadeada uma desocupação coerciva no bairro em frente ao Cabrinha, igualmente de realojamento de moradores do antigo Casal Ventoso.

Depois da desocupação, os ocupantes da casa dirigiram-se ao gabinete da Gebalis no bairro e agrediram funcionários, disse o presidente do conselho de administração da Gebalis, Luís Natal Marques.

A Polícia Municipal (PM) deteve, esta quinta-feira, duas pessoas que estiveram envolvidas em desacatos no bairro depois de terem ocuparam ilegalmente casas municipais.

Casas fechadas há dez anos

Pessoas que reconheceram ter ocupado casas, algumas desde o início do mês, justificaram a ocupação com a falta de resposta por parte da Gebalis a pedidos de habitação.

Alguns moradores disseram à Lusa que há casas fechadas há cerca de dez anos.

Foram desocupados no bairro do Cabrinha quatro apartamentos num total de seis fogos ocupados durante o fim-de-semana passado.

O responsável referiu que dois desses apartamentos tinham sido atribuídos a uma família desalojada num incêndio no bairro da Liberdade e a uma família «em estado de carência absoluta», que quando foram habitar os fogos depararam-se com a sua ocupação.

Apelo à consciência

Os seis fogos ocupados tinham sido recuperados, no âmbito de um contrato programa entre a autarquia e a empresa municipal, que prevê a reabilitação de 132 habitações municipais, adiantou Luís Natal Marques.

«As pessoas têm que se conformar com as regras de atribuição que existem e não se limitarem a arrombar portas e ocupar casas», declarou, acrescentando que todos os fogos em causa se destinam a famílias já seleccionadas pela empresa.

Luís Natal Marques referiu que as portas dos apartamentos tinham sido reforçadas com chapas de metal para evitar arrombamentos.

O responsável afirmou ter a «percepção» que as pessoas que ocuparam os fogos são familiares de outros moradores do bairro e que as ocupações não fazem parte de um movimento «propriamente organizado».

Em relação aos dois apartamentos que continuam ocupados, o presidente da Gebalis espera que «as pessoas coloquem a mão na consciência» e abandonem os fogos, caso contrário serão accionadas desocupações coercivas nos próximos dias.

«Trata-se de património municipal ocupado ilegalmente. As pessoas que o fizeram têm de ceder os fogos a quem se sujeitou a todos os procedimentos para ter direito às casas», concluiu.
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