Tentativa de justiça popular em São João da Pesqueira - TVI

Tentativa de justiça popular em São João da Pesqueira

Sociedade

Tudo terá começado na noite de sábado com uma agressão.

Algumas dezenas de pessoas estiveram concentradas à porta de uma casa, em São João da Pesqueira, habitada por alunos provenientes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), onde estava refugiado um estudante que este sábado terá agredido uma pessoa, após uma troca de palavras. «Pretendiam fazer justiça popular», disse ao PortugalDiário fonte da GNR. Pouco antes das 23:00, a população acabou por desmobilizar.

«Um [aluno dos] PALOP que estuda na [escola profissional de S. João da] Pesqueira terá agredido um senhor no sábado à noite e agora há alguma população que se está a aglomerar e quererão fazer justiça com as próprias mãos. Mas já estão lá várias patrulhas e as coisas estão calmas», explicara, o alferes Brito, comandante de destacamento, cerca das 22:00, dando conta que estavam no local 14 militares da GNR.

Segundo o responsável, cerca das 21:00, «encontravam-se cerca de 20 pessoas» à porta de uma casa onde o estudante se terá refugiado e que será «residência dele ou de outros colegas». Uma testemunha no local, contactada pelo PortugalDiário, disse que, uma hora depois, seriam já «umas cinquenta pessoas», e que algumas teriam «paus». Explicou ainda que na casa vivem estudantes de países PALOP e ainda imigrantes ucranianos e que os elementos da GNR estavam a impedir a entrada de populares.

Apesar de ter tido a informação de uma agressão no sábado à noite, o responsável da GNR apontou que não havia sido apresentada qualquer queixa às autoridades sobre esse caso, até ao incidente desta noite se verificar. Num contacto telefónico posterior, o alferes Brito disse que um homem de 30 anos, aquele que supostamente fora agredido no sábado, acabou por apresentar queixa, e referiu que «um senhor com cerca de 50 anos, que também teria sido agredido», tencionava fazer o mesmo.

Retiradas quatro pessoas da casa

O responsável explicou que, pouco antes das 23:00, a população acabou por desmobilizar. «Foram retiradas em segurança quatro pessoas da casa», adiantou, frisando que os estudantes foram levadas para o posto, de forma a que a situação fosse esclarecida, e «informá-los do direito que lhes está reservado a apresentarem queixa pelo sucedido».

Como precaução, o alferes Brito referiu que haverá uma «vigilância mais localizada para evitar novos incidentes». «Os estudantes já cá estarão há algum tempo e nunca houve outros caso», frisou. «Não me parece que seja uma situação de racismo ou xenofobia», acrescentou.



O PortugalDiário tentou apurar junto de duas corporações de bombeiros locais se houve registo do transporte de algum ferido na noite de sábado ou durante este domingo. Mas a resposta foi negativa. A mesma resposta foi dada por uma fonte do centro de saúde local.

Última actualização às 23:35
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