Fraldas de pano substituem descartáveis - TVI

Fraldas de pano substituem descartáveis

  • Portugal Diário
  • 2 mar 2008, 14:00
Crianças [arquivo]

Governo estuda criação de sistema de reciclagem de fraldas de plástico

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As fraldas de pano começam a tomar o lugar das descartáveis, incluindo em Portugal onde pais preocupados com o ambiente recusam enviar para aterro um resíduo que demora 500 anos a deteriorar-se e cuja reciclagem não está autorizada, segundo avança a Lusa.

As novas fraldas de pano têm um design semelhante às descartáveis, fecham-se com velcro, botões ou uma mola de plástico macio composta por três pontos de fixação e vendem-se apenas na Internet.

«Há três anos, quando nasceu a minha filha mais velha, deparei-me com a dificuldade de arranjar fraldas de pano em Portugal. Comecei a encomendar do estrangeiro e decidi então pedir mais quantidades e disponibilizar esses produtos num site», contou à agência Lusa Lia Nogueira, que se dedica em part-time a este negócio que regista cerca de 30 encomendas por mês.

A nova realidade da paternidade doméstica

Substância perigosa em produtos para bebés

Embora mais caras do que as fraldas descartáveis, as fraldas de pano acabam por sair mais baratas, defende Lia Nogueira: «Lavam-se na máquina a uma temperatura normal e misturadas com a outra roupa, e estão prontas a usar novamente. Além da vantagem de não estragarem o ambiente».

A www.ecobebes.com, de Lia Nogueira, e a www.naturkinda.com são os únicos locais nacionais nos quais as fraldas amigas do ambiente estão à venda, assim como outros produtos ecológicos destinados aos bebés.

Uma fralda de pano custa entre três e 12 euros, e pode ser coberta por uma capa de malha ou de plástico (que custa perto de 13 euros) que protege a roupa da criança de ficar suja ou molhada.

Governo estuda possibilidade de sistema nacional de reciclagem de fraldas

O Governo está a estudar a viabilidade financeira de um sistema de reciclagem nacional de fraldas descartáveis, já que toneladas destes resíduos são todos os dias depositadas em aterros, onde podem resistir 500 anos, ou queimadas em incineradoras.

Com excepção dos distritos de Lisboa e Porto, onde as incineradoras da Valorsul e Lipor queimam o lixo doméstico, e de pequenos sistemas de tratamento do lixo como o do concelho de Oeiras, no resto do país o destino das fraldas são os aterros, onde podem demorar 500 anos a deteriorar-se.

Dados da Valorsul, a que a agência Lusa teve acesso, indicam que os têxteis sanitários (fraldas, pensos higiénicos) representam cerca de cinco por cento da totalidade dos resíduos sólidos urbanos recebidos pelos carros de lixo de recolha indiferenciada.

«A possibilidade de instalar unidades de reciclagem de fraldas está a ser alvo de um estudo de viabilidade económica e financeira que deverá estar concluída no final deste semestre», afirmou à Lusa fonte do Ministério do Ambiente.

Empresa espera há dois anos autorização para instalar sistema de reciclagem

Há já uma empresa interessada no negócio, que desde há dois anos aguarda regulamentação e autorização parta instalar três unidades de reciclagem, um negócio que promoveu recentemente em Espanha.

Por definir está a forma como poderão ser recolhidas as fraldas, se colocando ecopontos em locais específicos (como creches ou maternidades) ou fazendo a recolha porta-a-porta.

Aura Carvalho, da Tecnoexpor, empresa que está a tentar trazer a tecnologia para Portugal, explica que as fraldas descartáveis têm um baixo valor calórico para incineração e que a sua tecnologia pode retirar por completo as fraldas descartáveis dos aterros.
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