Quercus defende mais fiscalização e legislação para veículos em fim de vida - TVI

Quercus defende mais fiscalização e legislação para veículos em fim de vida

Trânsito - EPA/JUAN CARLOS HIDALGO

No Dia Internacional da Reciclagem, esta associação ambientalista sublinha que, apesar de ter existido uma evolução "muito grande" nos últimos anos, há ainda várias questões para as quais o Estado "tem de dar uma resposta urgente"

O reforço da fiscalização e a criação de nova legislação para a recolha de veículos em fim de vida e de equipamentos eletrónicos foram alguns desafios apontados esta terça-feira pela Quercus em matéria de reciclagem.

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Reciclagem e esta associação ambientalista sublinha que, apesar de ter existido uma evolução "muito grande" nos últimos anos, há ainda várias questões para as quais o Estado "tem de dar uma resposta urgente".

Em declarações à agência Lusa num centro de Gestão e Reciclagem de Resíduos em Loures, Pedro Carteiro, da Quercus, defendeu a necessidade de o Estado legislar e reforçar a fiscalização em matéria de recolha de veículos em fim de vida, de equipamentos eletrónicos e de materiais de construção e demolição.

“No caso dos resíduos de construção e demolição sabemos que existe uma meta de reciclagem de 75% até 2020. A questão é que não sabemos quanto é que estamos a reciclar. O cenário é muito negro porque não sabemos o que estamos a fazer”, apontou o ambientalista.

Sobre a recolha de veículos em fim de vida, Pedro Carteiro alertou para o facto de não existirem metas estabelecidas, uma vez que se parte do princípio que todos os automóveis nesta situação são reencaminhados para unidades de abate e desmantelamento.

“Quando se cancela a matrícula existe a emissão do certificado de destruição e só unidades licenciadas o podem fazer. Quando vamos constatar os dados verificamos que cerca de 30% dos veículos tem cancelamento de matrícula sem o certificado de destruição verdadeiro.”

O ambientalista referiu-se ainda ao tratamento de óleos minerais dos automóveis, queixando-se da existência de “circuitos ilegais” nesta atividade.

“Os óleos minerais podem ser recolhidos para ser tratados para voltarem a ser utilizados novamente. Contudo, existem circuitos de gestão ilegal destes óleos e eles não estão a ser encaminhados para as unidades de regeneração”, alertou.

O circuito de recolha de equipamentos eletrónicos é outra das preocupações levantada pela Quercus, nomeadamente das arcas frigoríficas e dos frigoríficos, que podem contribuir para a “emissão de gases poluentes para a atmosfera”.

“Dentro do circuito urbano 100% das arcas e frigoríficos que chegam às unidades para descontaminação e reciclagem chegam sem compressor e chapa. Isso quer dizer que para a atmosfera já migrou os chamados gases de refrigeração, como o CFCs (Clorofluorcarbonetos) e outros gases perigosos”, referiu.

Outra das medidas defendidas pela Quercus é o reforço dos incentivos à recolha seletiva porta à porta, que, segundo Pedro Carteiro, terá de se tornar mais eficiente.

“Não se vê uma política a sério. No último relatório do Ministério do Ambiente só se fala nos ecopontos. É preciso uma ajuda vertida na legislação que incentive os municípios a desenvolver a recolha seletiva porta à porta”, defendeu.

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