Hábito das compras ao sábado de manhã levou muitos aos supermercados, mas "até estava menos gente" - TVI

Hábito das compras ao sábado de manhã levou muitos aos supermercados, mas "até estava menos gente"

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  • 14 nov 2020, 15:37

Não houve enchentes nas grandes superfícies, apesar do recolher obrigatório que obrigou os hipermercados a encerrarem às 13:00

Com hora marcada para encerrar às 13:00, a afluência aos supermercados na zona de Lisboa manteve-se praticamente inalterada, entre clientes que preservaram o hábito das compras ao sábado de manhã e os que "aproveitaram a pouca confusão" e entraram.

Numa ronda por vários hipermercados na zona de Lisboa logo após a sua abertura, a Lusa encontrou a maioria dos estabelecimentos comerciais sem filas à porta, mas com fregueses no interior.

Com o avançar da hora, alguns mercados começaram a ter gente à espera para entrar, mas os clientes garantiram ser o cenário habitual para um sábado de manhã.

Ainda não eram 09:00 quando Bruno Martins guardou os sacos e fechou a mala do carro, dando por terminadas as compras. À Lusa, contou que chegou ao hipermercado da Venda Nova por volta das 08:15 e que "até estava menos gente que é costume".

Bruno não alterou as suas rotinas por causa dos novos horários dos supermercados, decretados na quinta-feira em Conselho de Ministros: Este fim-de-semana, assim como no próximo, encerram às 13:00.

O morador da Amadora "sempre fez" compras ao fim-de-semana de manhã, porque durante a semana está a trabalhar.

Na fila para entrar no supermercado de onde Bruno Martins tinha saído aguardava André Vinagre. O jovem disse à Lusa que também deixa para os dias de descanso a ida às compras mas admitiu que hoje teve de acordar um pouco mais cedo do que é habitual. "Vim mais cedo porque vão encerrar, mas compreendo a situação que vivemos assim como estas regras", contou André, que tinha cerca de 15 pessoas à sua frente.

"O hábito" foi a razão que levou Maria Andrade a sair de casa em dia de confinamento. Tudo o que levava nos sacos poderia ter sido comprado num outro dia: "Não é uma necessidade", admitiu em conversa com a Lusa.

Já Maria Carvalho aproveitou haver "pouca confusão" e decidiu entrar num supermercado de Benfica à procura de pescada fresca. Reformada, faz sempre as compras durante a semana, mas "hoje foi uma exceção". Durante o passeio matinal apercebeu-se que não havia muitas filas: "Aproveitei, dei a minha caminhada, que já está dada, e quando passei aqui pensei: Isto é rápido", contou à Lusa.

Tanto no bairro de Alvalade como no de Benfica, os moradores que falaram com a Lusa não notaram nada de anormal na afluência aos supermercados.

A maioria explicou que as compras ao sábado de manhã são uma necessidade, já que durante a semana pouco tempo sobra depois do trabalho.

Paula Costa é um desses casos. Com a pandemia, Paula trocou apenas os hipermercados pelo minimercado de rua: "Antigamente ia aos supermercados, mas agora vou ao lugar", contou à Lusa, explicando que a mudança não foi por medo da covid-19 mas sim para ajudar o comércio local.

Esta troca valeu-lhe ter agora o seu minimercado aberto durante todo o dia, uma vez que os espaços até 200 metros quadrados estão fora da obrigatoriedade de encerrar às 13:00.

Paula Santos desconhecia que a Charcutaria Susana, o minimercado de Benfica que utiliza, ia ficar de portas abertas até às 18:00. Mas também não faz diferença. Paula gosta de fazer as compras de manhã.

Quem também não sentiu qualquer efeito das novas medidas foi Ivone Neves. Para evitar as confusões, é durante a semana que Ivone repõe o que falta em casa. E sempre de manhã, como foi "habituada desde pequena". Hoje não foi exceção.

Estava a dar o seu passeio matinal e falou com a Lusa quando passou junto à Charcutaria Susana, onde faz as suas compras e conhece todos os trabalhadores.

Na charcutaria, os clientes tratam os funcionários pelo nome. Fazem-se piadas, conversa-se um pouco e, por alguns momentos, até se esquecem da pandemia.

Não devemos refilar (com as novas regras) é para nosso bem, para ver se nos vemos livres disto. Mas já sabemos, é mesmo assim: uns concordam, outros não", resumiu Ivone Neves.

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