Negócio do lixo motiva buscas em grandes empresas - TVI

Negócio do lixo motiva buscas em grandes empresas

Grupo de Aveiro suspeito de corromper gestores e quadros de empresas para lhe serem adjudicados contratos para tratamento de resíduos

ACTUALIZADA ÀS 16:35

A Polícia Judiciária realizou buscas esta quarta-feira a postos de trabalho de várias empresas nacionais como a REFER, a REN (Rede Eléctrica Nacional), GALP e EDP, soube o tvi24.pt junto de fonte policial.

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De acordo com outra fonte ouvida, está em curso, por todo o país, uma operação de grande envergadura coordenada pelo Departamento de Investigação Criminal da PJ de Aveiro, sendo que as visadas são as pessoas e não as empresas.

Galp e EDP confirmam buscas da Judiciária

O caso incide sobre um grupo económico de Aveiro, que integra a empresa O2, Tratamento e Limpezas Ambientais S.A, dedicada à gestão e tratamento de resíduos, refere a fonte policial.

Vários gestores e quadros de empresas são suspeitos de favorecer a empresa aveirense na adjudicação de contratos na área da gestão de resíduos, mediante a solicitação daquela.

Estão em causa indícios de crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influências e falsificação de documentos.

Vários pessoas já foram constituídas arguidas, soube o tvi24.pt, devendo ser ouvidas em primeiro interrogatório durante os próximos dias no Tribunal de Aveiro.

O tvi24.pt tentou contactar os responsáveis da empresa, sediada em Arada, Ovar, mas sem sucesso.

A O2 já tinha sido noticiada em Junho passado na imprensa, referindo-se que gestores da empresa estariam indiciados por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação em curso.

O «Notícias de Aveiro», citando fonte da PJ, dava conta de uma esquema fraudulento assente «essencialmente na utilização de facturas falsas relativas à venda de sucatas emitidas por operadores fictícios», num negócio que ascenderia a 31 milhões de euros. O mesmo jornal referia que o Estado teria sido lesado em aproximadamente 11,6 milhões de euros.

A REFER já fez saber que as buscas incidiram sobre terceiros e não sobre a empresa.

À TVI, o director de comunicação da REN, Artur Lourenço, afirmou que as diligências foram pedidas pela PJ de Aveiro e abrangem cerca de uma dezena de empresas. «Vieram dois agentes da Polícia Judiciária de Lisboa a pedido da polícia de Aveiro (...) e pediram à REN que colaborasse num processo de investigação», disse Artur Lourenço.

De acordo com Artur Lourenço, a polícia terá pedido à REN para identificar se conhecia um grupo de empresas e para verificar se tinha contratos com as mesmas.
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