A fundação que gere o lar em Reguengos de Monsaraz diz não ter ainda conhecimento do relatório da Ordem dos Médicos, mas numa primeira reação ao que já é conhecido refere que todos os factos devem ser imputados a quem tomou conta do lar a partir do primeiro caso positivo.
Nós deixamos de ser gestores, a nossa diretora técnica ficou doente no dia 23, numa altura em que quem mandava era a autoridade de saúde”, diz Ana Duarte, responsável pelo lar.
A fundação não sabe o que é que se passou e admite que algumas coisas tenham corrido mal.
É provável que algumas coisas tenham corrido menos bem. Justamente porque havia pessoas a menos. Tudo aquilo que estava montado de repente caiu. Não sei se o cenário corresponde ao relatado pelo documento", diz.
A fundação questiona ainda: se os médicos relataram tantas situações desumanas no relatório, o que é que fizeram no momento para inverter a situação?
Quem debitou essas palavras para o relatório, o que é que fez? Os médicos, os enfermeiros, a quem é que disseram que isto estava a acontecer?”, questiona a responsável.
O relatório fala em apenas um enfermeiro para mais de 80 doentes. O lar diz que não é verdade.
Isso é redondamente mentira. Foi sempre nossa intenção que os nossos enfermeiros pertencessem ao quadro, contratados sem termo, que era o caso dos dois profissionais”, afirma.
O relatório diz ainda que não teve acesso ao plano de contingência, mas o lar desmente, sublinhando que o plano existia e que a Ordem dos Médicos tinha o seu conhecimento.
Ana Duarte rejeita quaisquer culpas para a fundação e refere que todos os factos relatados, a serem verdade, são da responsabilidade da saúde pública e da ARS Alentejo.