Médico da ARS do Alentejo considera declarações de Costa “caluniosas, difamatórias e insultuosas" - TVI

Médico da ARS do Alentejo considera declarações de Costa “caluniosas, difamatórias e insultuosas"

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Declarações de João Guerra Marques, numa publicação no Facebook, depois de o primeiro-ministro ter chamado "cobardes" aos médicos que, alegadamente, não quiseram tratar doentes no lar de Reguengos de Monsaraz

João Guerra Marques, da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo reagiu, nas redes sociais, às polémicas palavras do primeiro-ministro sobre o surto de Reguengos de Monsaraz. O médico diz que as palavras de António Costa são “caluniosas, difamatórias e altamente insultuosas para os profissionais a quem se dirigem”.

“Anda a circular um vídeo que mostra o primeiro-ministro a falar com os jornalistas do Expresso, off the record, a dizer coisas sobre o caso de Reguengos que, não fosse ser off the record, poderiam ser tidas como caluniosas, difamatórias e altamente insultuosas para os profissionais a quem se dirigem. Assim, como é off the record, são só "descontextualizadas". Parece até, segundo uma nota já emitida pela redacção do Expresso, que ao sr. primeiro-ministro é devido um pedido de desculpas pela divulgação destas barbarid... digo, alavras descontextualizadas.”

O médico de família questiona-se sobre quem serão os cobardes a quem António Costa se refere no vídeo.

Devem ter sido os médicos e enfermeiras da USF Remo, de Reguengos de Monsaraz, que, desde que foi conhecido o primeiro caso, começaram a passar o dia no lar da fundação, a testar os utentes, a avaliá-los como podiam (e já toda a gente sabe em que condições), a compensá-los, e a alertar quem de direito para a situação infernal que ali se vivia. Esses cobardes. Isto enquanto asseguravam em simultâneo o funcionamento da USF, mesmo com metade da equipa em quarentena, segundo indicação da saúde pública.”

João Guerra Marques salienta ainda que os médicos e enfermeiras da Unidade de Saúde Familiar de Reguengos de Monsaraz, desde que foi conhecido o primeiro caso, passaram os dias no lar da fundação, a testar os utentes, em turnos de 12 horas diárias.

Os que prestaram apoio no pavilhão (e ainda há algumas coisas por dizer sobre as condições do pavilhão), em turnos de 12 horas diárias, inicialmente com o apoio das forças armadas, e depois, quando estas deixaram de ir, sozinhos. Foram médicos cobardes e enfermeiros cobardes de todo o distrito, e ainda alguns de fora. Todos do SNS, claro. Os cobardes.”

O vídeo com as declarações de António Costa, de apenas sete segundos, está a circular nas redes sociais. Nesse excerto, António Costa chama de "cobardes" os médicos enviados pela ARS do Alentejo para assistir os utentes do lar. Mas não se percebe o contexto da conversa, nem o que disse antes nem o que disse depois dessa frase.

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O Expresso garante que vai desencadear mecanismos internos para perceber a origem da fuga e divulgação do vídeo.

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